Taça Davis de Piqué preserva a paixão

À Taça Davis faltavam grandes estrelas. A nova versão trouxe Rafa Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray!

As Finais da Taça Davis não foram nem tão más quanto os saudosistas prognosticavam, nem tão deslumbrantes quanto proclamavam os criadores desta nova versão, o futebolista Gerard Piqué, presidente da empresa Kosmos, e David Haggerty, o presidente da Federação Internacional de Ténis (ITF).
A competição desportiva entre seleções nacionais mais antiga do Mundo (119 anos) tinha de mudar.
Custou-me o cinismo de alguns dos melhores jogadores do Mundo a criticarem a mudança, quando foram eles os principais culpados, ao deixarem de jogar a competição.
Era preciso salvar a Taça Davis e foi preciso coragem. Teria sido mais fácil deixá-la definhar lentamente e diluir responsabilidades.

Sendo eu um fã da história do ténis, não gostei das alterações e, após esta primeira edição, não estou convencido de que seja este o caminho, mas houve aspetos positivos e há que dar tempo para consolidar o projeto.
À Taça Davis faltavam grandes estrelas. A nova versão trouxe Rafa Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray!
A prova estava a perder patrocínios e a Kosmos injetou prémios de 20 milhões de euros.
A versão antiga perdia mediatismo e havia anos em que só os media dos dois países envolvidos na final se interessavam. Neste autêntico Mundial houve mais jornalistas credenciados em Madrid e mais interesse diversificado em termos de países.
Em contrapartida, os direitos de televisão não atingiram os valores desejados, houve países que não aderiram às transmissões televisivas e algumas das nações tradicionais da Taça Davis, como Estados Unidos e França, tiveram audiências fracas.

Por outro lado, a cobertura e as audiências na internet (sobretudo nas redes sociais) foram as melhores de sempre e tendem a crescer.
Encontros à melhor de três sets em vez de à melhor de cinco? Eu era contra, mas admito que o espetáculo não perdeu qualidade nem emoção.
Os pares como último encontro de cada ronda? Gerou alguns problemas na primeira fase mas valorizou a variante.
O público não foi tanto quanto desejado (os preços não eram baratos), mas também não foi tão pouco quanto se previu. Claro que Espanha, a jogar em casa, enchia, mas houve confrontos às moscas. Há já planos para melhorar a situação.

Houve alguns problemas com o servidor das aplicações digitais, faltas de eletricidade, a Caixa Mágica necessita de mais um campo e é inaceitável encontros terminarem de madrugada. Mas esses são detalhes facilmente resolúveis.
O mais importante para mim foram as lágrimas de dor e alegria dos jogadores. A paixão pela Taça Davis manteve-se inalterável.