Ordem dos Médicos diz que agressão a médica em Setúbal é “absolutamente inaceitável” e pede medidas

Uma médica teve de ser submetida a uma pequena cirurgia, depois de ser violentamente agredida por uma utente no serviço de urgência do Hospital de Setúbal.

A Ordem dos Médicos considerou, este sábado, que a agressão de uma utente a uma médica, no serviço de urgência do Hospital de Setúbal, ocorrida esta sexta-feira, é “absolutamente inaceitável e pede a "intervenção urgente" do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras entidades.

"A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida", refere em comunicado Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, lembrando que este tipo de casos está a aumentar e lamentando que este já  “mais um sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está bem".

"Este tipo de agressões vem mais uma vez revelar a fragilidade da política autoritária que está a ser seguida pelo Ministério da Saúde. Na verdade, a falta de um plano estruturado para a saúde que inclua as reformas essenciais e um investimento sério na saúde das pessoas, mas também nos profissionais que todos os dias fazem o SNS, está a resultar numa desestruturação do próprio serviço público com taxas cada vez mais elevadas de abandono, de absentismo, de sofrimento ético, de 'burnout' e de violência física e psicológica", refere a Ordem dos Médicos na mesma nota.

Desta forma, a Ordem dos Médicos pede uma intervenção "mais assertiva das autoridades judiciais nestes casos e que o Ministério da Saúde tenha uma intervenção rápida e urgente", com medidas e políticas concretas que possam desenvolver "um SNS em que o respeito, a confiança, a segurança e a qualidade imperem em todas as suas vertentes".

"Corremos o risco de termos cada vez menos profissionais disponíveis para trabalhar em contextos exigentes como o serviço de urgência", considera o bastonário, lembrando que "a qualidade e a segurança clínica também podem ser afetadas pelos contextos de pressão excessiva".

Miguel Guimarães adianta ainda que vai exigir responsabilidades ao Conselho de Administração do Hospital de Setúbal e dar todo o apoio à médica agredida.

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