O Governo deverá recuar na ideia de ter um valor como referência comum para os aumentos salariais no setor privado. A ideia foi apresentada ontem aos parceiros sociais ao admitir que a questão tem de ser analisada de forma setorial, tendo em conta a evolução esperada, os ganhos de produtividade e a inflação e foi reafirmada pelo ministro da Economia à saída do encontro. “Não podemos esperar que o mesmo valor faça sentido para todos os setores, para todas as realidades do país”, disse Siza Vieira à saída da reunião de concertação social.
No entanto, o governante garante que “se todos os sindicatos, se todas as empresas fizerem um esforço de, naquilo que tenham a possibilidade, contribuírem para trabalharmos neste sinal, então conseguimos concretizar esse objetivo comum” de aumentar o peso dos salários na economia.
Recorde-se que a maioria dos parceiros sociais manifestou-se de imediato contra o referencial de aumentos indicado pelo Governo, defendendo que esta é uma matéria da negociação coletiva.
Em relação a valores, o ministro não quis adiantar, mas o Executivo tem como meta “convergir com a média da União Europeia no peso dos salários no produto interno bruto a médio prazo”.