“Entrámos numa fase de aumento exponencial do número de casos”

Marta Temido não teve meias medidas e apelou: se cada um não fizer a sua parte, o Sistema Nacional de Saúde (SNS) não vai conseguir responder.

A mensagem da conferência de imprensa deste sábado, foi clara: é preciso respeitar o isolamento social numa altura em que o aumento do número de casos depende de cada um de nós. Marta Temido não teve meias medidas e apelou: se cada um não fizer a sua parte, o Sistema Nacional de Saúde (SNS) não vai conseguir responder.

"Entrámos numa fase de aumento exponencial do número de casos", declarou a ministra da Saúde, pedindo que o isolamento social seja levado a sério.

"Sabemos que estamos na curva ascendente, embora não se saiba o tempo que vai durar, mas sabemos também que a evolução da curva do coronavírus será feita de acordo com aquele que for o comportamento individual (…) A velocidade com que a curva vai subir vai depender muito de nós", alertou. “Se os comportamentos não mudarem o SNS não vai aguentar”, admitiu.

Também a diretora-geral da Saúde teve um discurso semelhante. A responsável relembrou que os idosos são a população mais vulnerável e que os familiares devem seguir as recomendações.

Graça Freitas pediu aos familiares de idosos que se encontram em lares para que restrinjam as visitas, aos pais com filhos para não recorrerem aos avós e aos jovens relembrou a importância de pensar na saúde dos que lhes são mais próximos. "Não estamos em quarentena, mas um jovem pode ser infetado, não ter grandes problemas, mas pode causar a morte do seu avô, do seu tio avô", disse.

Antes de apelar ao civismo, Marta Temido afirmou que estamos a entrar numa fase em que muitos casos já serão tratados em casa e em que os hospitais principais e secundários irão todos receber doentes. A governante adiantou ainda que está a ser equacionado que os testes sejam realizados em casa ou em centros específicos só para a realização de testes. 

Segundo a ministra, os hospitais vão começar a cancelar consultas e cirurgias programas ficando só com os casos urgentes, relembrando que é preciso poupar os profissionais de saúde e revelou que está em contacto com a Ordem dos Enfermeiros para que todos os profissionais que têm experiência em cuidados intensivos, mas que estão a trabalhar fora desta área, possam ser requisitados para apoiarem cuidados nos hospitais.

"Estamos a articular com a Ordem dos Enfermeiros para serem mobilizados profissionais desta área", disse Marta Temido.

A governante revelou ainda que já foi solicitado apoio à associação hospitalar privada para disponibilizar ventiladores e que estes serão mobilizados à medida que forem ocorrendo os cancelamentos de cirurgias não urgentes.

Graça Freitas garante que não estão a ser privilegiados os pacientes com Covid-19 em relação aos restantes.

Também os médicos vão receber mais máscaras nos próximos dias – mais de um milhão de máscaras cirúrgicas são distribuídas já este fim de semana e mais de um milhão de máscaras FFP2 nos dias seguintes.