Medo do Covid-19 aumenta venda de armas nos EUA

Os norte-americanos sentem-se inseguros devido à pandemia e a venda de armas e munições aumentou com isso. Há lojas que não conseguem responder à procura.

A histeria social já nos tinha deixado imagens como falta de papel higiénico e prateleiras vazias nos supermercados. Agora, essa histeria chegou a Estados Unidos, onde as vendas de armas aumentaram em simultâneo com o medo criado pelo Covid-19. Os cidadãos do país americano, onde a posse de armas é legal em em boa parte dos estados, sentem-se inseguros face à incerteza em torno das consequências da pandemia. Por isso, durante os últimos dias, as lojas de armas viram as suas vendas crescer, assim como os sites de venda de munições pela internet.

No passado fim de semana e nesta segunda-feira, dezenas de compradores reuniram-se nas longas filas à porta da loja de armas Martin B. Retting, em Culver City, Los Ángeles. O aumento dos clientes obrigou à loja a escrever um post na sua conta de Facebook, onde se desculpou por não conseguir atender a todos os clientes e não permitir experimentar algumas das armas da loja.

Alex Villanueva, xerife do Condado de Los Ángeles, citado por La Cope, lamentou que milhares de pessoas em Los Angeles tenham decidido comprar armas neste momento. “Estamos preparados para defender aos cidadãos, não precisamos que ninguém nos ajude”, afirmou o xerife. Villanueva acrescentou que comprar armas agora “não é boa ideia” e que há que ter responsabilidade para que as armas não cheguem a quem não as devia ter.

No entanto, o aumento das vendas de armas no país é uma realidade não só em Los Ángeles. O site Ammo.com, que vende munição na net, também tem aumentado as suas vendas. Segundo a empresa, citada pelo jornal Los Angeles Times, as suas vendas aumentaram 68% entre 23 de Fevereiro e 4 de Março.

O presidente de Estados Unidos, Donald Trump, grande defensor da posse de armas, enviou este fim de semana uma mensagem na sua conta de Twitter onde, em referência ao uso de armas manifestou que “não as precisas até que sejam precisas”, apoiando quem decidiu comprá-las antes do surto de coronavírus. Nos Estados Unidos são quase 6000 os casos confirmados pela covid-19, que já causou a morte de 97 pessoas no país.