Primeiro-ministro indiano pede perdão

Os 1,3 mil milhões de indianos tiveram menos de quatro horas de aviso de que ficariam proibidos de sair à rua, pelo menos três semanas. Mas Modi garante que não havia alternativa

O primeiro-ministro da indiano, Narendra Modi, avisou com menos de quatro horas de antecedência que 1,3 mil milhões de pessoas ficariam proibidas de sair de casa, durante pelo menos três semanas. Agora, Modi pede-lhes “perdão”. Mal foi feito o anúncio, houve pânico, filas enormes para comprar mantimentos e milhões ficaram sem emprego. Na capital, milhares de trabalhadores migrantes tiveram de voltar a casa a pé: as carreiras de autocarro já tinha sido encerradas. “Tenho 260 quilómetros para andar”, contou um à BBC. “Que escolha é que tenho?”

“Quando olho para os meus pobres irmãos e irmãos, sinto que eles devem estar a pensar: “Que género de primeiro-ministro é este, que nos coloca perante esta dificuldade?”, lamentou Narendra Modi, no seu discurso semanal – onde salientou que não havia nenhuma alternativa às súbitas medidas que tomou.

“Prometeram ajudar os pobres mas não cumpriram”, acusou um dos muitos que fizeram fila para receber uma refeição em Nova Deli. “A polícia bate-nos, diz-nos para ficar num sítio, mas podemos ficar com fome?”, questionou outra à BBC. O Governo anunciou a entrega de quase 20 mil milhões de euros para combater a fome, mas teme-se que não chegue a quem mais precisa.