Marcelo lembra Maria de Sousa como mulher inconformada e persistente, “exemplo de cidadania”

Imunologista morreu na última madrugada aos 81 anos, vítima de covid-19.

Marcelo Rebelo de Sousa lamentou esta terça-feira a morte de Maria de Sousa, professora e investigadora na área da imunologia, que morreu na última madrugada aos 81 anos, vítima de covid-19. Numa nota publicada online, o Presidente da República destaca Maria de Sousa como figura ímpar da ciência portuguesa e investigadora de prestígio internacional na imunologia, apresentando as condolências à família.

"Além da notável carreira académica e científica, desenvolvida primeiro no Reino Unido e nos E.U.A. e depois em Portugal, Maria de Sousa foi também um exemplo de cidadania", escreve Marcelo. "Na ciência, foi fundamental no desenvolvimento de várias instituições de referência em Portugal, bem como em todos os passos importantes na consolidação do sistema científico português ao longo das últimas três décadas. Nesse papel, soube sempre combinar, de modo inigualável, uma grande exigência científica com um elevado sentido crítico."

Nas palavras de Marcelo, Maria de Sousa foi uma mulher "inconformada e persistente, procurando sempre transmitir um sentido de exigência a todos que, tal como o Presidente da República, tiveram o privilégio de com ela privar. Era também alguém que tinha uma visão ampla do mundo, que não se confinava à academia, mas que abraçava com entusiasmo a relação entre conhecimento e sociedade, ciência e arte."

Marcelo recorda por fim o legado incontornável na ciência e um exemplo maior de rigor, de exigência e de compromisso cívico e cultural, os quais ainda recentemente teve a oportunidade de a visitar, deixando nesta homenagem póstuma um agradecimento do país à investigadora.

Maria de Sousa foi condecorada por três Chefes de Estado, tendo em 2016 recebido das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa a Grã-Cruz da Ordem Militar de San’tiago de Espada, insígnia destinada a distinguido o mérito literário, científico e artístico.