Pais descontentes com o regresso às aulas na Dinamarca

Mais de 40 mil pais temem pelos seus filhos e não estão convencidos com os argumentos do Governo, de que ter as crianças na escola facilitará o regresso ao trabalho.

Depois de mais um mês de estrito isolamento social, com mais de 6600 casos registados de covid-19 e 300 mortes, a Dinamarca reabriu infantários e escolas esta semana, para fúria de muitos pais. Um grupo de pais dinamarqueses no Facebook, chamado "o meu filho não vai ser um porquinho-da-índia" (no sentido de testes a animais em laboratório) já conta com mais de 40 mil membros. 

"Não vou mandar as minhas crianças à escola, dê por onde der", prometeu Sandra Andersen, a fundadora do grupo e mãe de duas raparigas de dois e cinco anos, em declarações à Reuters. Andersen sente-se muito pouco reconfortada com os argumentos do Governo dinamarquês, que espera que ter as crianças à escola permita aos pais voltar ao trabalho, para evitar danos económicos. Por mais que se saliente que a vasta maioria das crianças não tem sintomas, ou tem muito poucos, quando expostas ao novo coronavírus, esse não é o caso dos pais.

"Subitamente, estas mães sentem que têm simplesmente de atirar as suas crianças para a linha da frente. Creio que a sua reação é "não se metam com os nossos filhos", explicou à agência norte-americana Esme Emma Sutcu, diretora executiva da Momster, uma rede de mães dinamarquesas