CTT falham todos os indicadores de qualidade do serviço em 2019

Grupo liderado por João Bento contesta “extrema exigência” da Anacom e reafirma que objetivos eram “impossíveis de cumprir”.

Os CTT falharam todos os indicadores que avaliam a qualidade do serviço postal, estipulados pela Anacom, relativos a 2019. Dos 24 objetivos, o grupo liderado por João Bento não logrou alcançar nenhum, uma situação que os CTTjustificam com “a extrema exigência” imposta pelo regulador.

No ano passado, a Anacom decidiu apresentar aos CTT objetivos novos e mais exigentes, depois de em 2017 e 2018 a empresa também ter ficado aquém no cumprimento de algumas das metas. 

Em comunicado, os CTT admitem ter falhado os indicadores da Anacom, mas recordam que sempre consideraram as metas “impossíveis de cumprir”, tendo alertado para o facto ainda em 2018. 

“Os CTT informam que, como antecipado desde a primeira hora, não conseguiram alcançar os objetivos de qualidade de serviço definidos pela Anacom, ainda que na sua larga maioria os resultados se aproximem ou sejam superiores a 90%”, lê-se na nota. A empresa refere mesmo que caso os critérios não tivessem sido alterados “ter-se-ia registado um indicador global de qualidade do serviço” de 107,5, acima do objetivo de 100” – desde que não fossem tidos em consideração os resultados de Madeira e Açores, onde se verificou “insuficiência na capacidade de transporte de carga aérea completamente alheia aos CTT”.

Embora refutem os resultados, os CTT admitem que o ano não foi perfeito, enumerando problemas “da responsabilidade da empresa” , tais como a “dificuldade crescente na contratação de pessoal, devido à descida contínua da taxa de desemprego” no ano passado, “um corte de energia no fornecedor de data center que afetou a totalidade dos sistemas” ou o “absentismo causado por motivo de greve”.

“Todos estes fatores, a par com a extrema exigência dos novos indicadores de qualidade do serviço impostos pela Anacom, levaram a que não fosse possível cumprir com indicadores em 2019”, afirma a empresa.
Pese os altos padrões da entidade liderada por João Cadete Matos, os CTT garantem ter estado sempre “a trabalhar e a tomar medidas” tendo em vista aproximarem-se, o mais possível, das metas do regulador.