Multibanco. Compras caíram 56 milhões por dia entre 19 de março e 20 de abril

O setor mais prejudicado em termos absolutos foi o da restauração, com uma redução das compras de 229 milhões de euros face ao período homólogo de 2019, segundo o Banco de Portugal. Já a percentagem de queda foi de 55%.

As compras pagas com cartão bancário caíram em média 56 milhões de euros por dia, entre 19 de março e 20 de abril. Este valor representa uma queda de 46% face ao valor que seria previsto numa situação de normalidade. Os dados foram revelados pelo Banco de Portugal no relatório sobre os sistemas de pagamentos. Também o montante dos levantamentos com cartão reduziu-se em 46% face ao que seria previsto, numa média de menos 34 milhões de euros por dia.

Já quanto às compras e levantamentos por estrangeiros, o Banco de Portugal estimou uma queda significativa nesses indicadores em março (ainda não há dados de abril divulgados), face ao mesmo mês de 2019. No entanto, segundo a informação, em março, foi estimado que tenham sido gastos menos 182 milhões de euros em compras e efetuados menos 34 milhões de euros de levantamentos de numerário por cidadãos estrangeiros. Feitas as contas, estes dados correspondem a uma quebra nas compras por estrangeiros de 44,5% em março e uma queda de 29,1% nos levantamentos, face ao mesmo mês de 2019.

Por setores de atividade, a generalidade dos setores sofreu em março com as consequências da situação criada pela epidemia de covid-19, com queda significativa das compras. Ainda assim, o setor mais prejudicado em termos absolutos foi o da restauração, com uma redução das compras de 229 milhões de euros face ao período homólogo de 2019, segundo o Banco de Portugal. Já a percentagem de queda foi de 55%.

Já o setor do alojamento registou uma quebra de 56%, mas o Banco de Portugal não indica o valor absoluto, sabendo-se apenas que é menor do que o da restauração.

Quanto aos outros setores, a quebra das compras foi de 39% na administração pública, 38% na saúde, 33% na educação, 28% nos produtos petrolíferos, 23% nas atividades postais, 21% nos veículos automóveis e motociclos e 7% no comércio por grosso.

A contrariar a tendência esteve o setor de comércio a retalho (onde se incluem supermercados e hipermercados), o único a registar uma variação homóloga positiva, ainda que ligeira, de cerca de 0,1%.