DGS afirma que questão de público nos jogos de futebol pode vir a ser revista

A testagem em massa na região da Grande Lisboa, o regresso da I Liga esta quarta-feira, e a possibilidade do risco de infeção na água foram alguns dos temas abordados por Graça Freitas e António Sales.

Esta quarta-feira, durante a conferência de imprensa das autoridades de saúde portuguesas foram abordados vários assuntos, como o aumento do número de casos na região da Grande Lisboa e o plano de testagem em massa nas empresas, em especial na Azambuja. "Neste momento, há um plano de testagem em empresas da Grande Lisboa, a maioria na zona da Azambuja, tendo sido colhidas amostras em algumas dessas empresas, outras estão a acontecer durante o dia de hoje e as restantes com agendamento nos próximos dias", afirmou o secretáro de Estado da Saúde, António Sales. 

3.800 dos funcionários já foram submetidas ao teste de rastreio à covid-19. "Do universo de 18.100 trabalhadores, cerca de 6.000 irão fazer teste hoje", de acordo com o secretário de Estado.  O concelho de Sintra é o que "merece maior atenção" por parte das autoridades de saúde visto ter sido onde houve maior registo do número de casos diários reportados. Nos últimos 4 dias, foram reportados 41 novos casos diários em Sintra, de acordo com Graça Freitas. 

Desde o dia 1 de março, foram realizados mais de 860.000 testes de diagnóstico de covid-19 em Portugal, segundo António Sales. "No mês de abril, foi feita uma média de cerca de 11.500 testes por dia. Em maio, a média foi de 13.550 testes por dia e na última semana, ronda os 13.500 testes/dia", disse. Até à data, e relativamente apenas a hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o norte foi a região onde foram feitos mais testes (40%), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (25%). A região centro efetuou 14% dos testes, sendo os restantes testes distribuídos pelas diferentes regiões do país.

Nos estabelecimentos prisionais, já foram feitos 2657 testes em funcionários e guardas prisionais, "A região Norte foi toda testada. A região Lisboa e Vale do Tejo vai começar a ser testada", disse o secretário de Estado.

Questionada sobre as albufeiras e a possibilidade do risco de infeção na água, Graça Freitas sublinhou que a sua utilização é "segura" mas falou nas regras de distanciamento social, na higiene das mãos e etiqueta respiratória que também se aplica nas praias e nas praias fluviais ."São grandes extensões de água, o risco de infeção é ínfimo na água. Tem a ver com quantidade de água".

Sobre o regresso da Liga, que acontece esta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde afirma que os jogos podem voltar a ter público e que esta situação pode vir a ser revista. "Hoje é o grande dia da grande prova de cidadania que todos temos de dar.  Está nas mãos de todos que a jornada corra sem riscos acrescidos para a saúde pública", disse.

Graça Freitas mencionou ainda que a Federação portuguesa de ciclismo teve uma reunião no Ministério da Saúde e que ficou acordado entre ambas as entidades "que a federação faria chegar um documento com tudo o que a federação se propõe fazer se for aprovada a Volta a Portugal" e outras provas de ciclismo.

"Quando chegar esse plano de contingência chegar será analisado. Vai haver aqui uma fase de negociação e a DGS depois irá emitir um parecer", disse Graça Freitas, sublinhando que cabe ao Governo decidir se a Volta a Portugal se realiza ou não.