Responsáveis do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central demitem-se

Depois de ser conhecida a demissão dos responsáveis, foi avançado que na origem da mesma estaria o facto de não concordarem com a mobilização de médicos para o lar de Reguengos de Monsaraz. Possibilidade agora rejeitada por Laurência Gemito.

Laurência Gemito e António Matos, presidente executiva e presidente do conselho clínico do Agrupamento de Saúde (ACES) do Alentejo Central, respetivamente, demitiram-se esta segunda-feira.

Laurência Gemito confirmou ao i o pedido de demissão. A responsável justificou o pedido de saída com o facto de ter sido nomeada professora coordenadora na Universidade de Évora, onde dá aulas desde 2001, em março. "Na altura não pedi para sair de imediato, mas está-se a aproximar o início do ano letivo e quero ter férias e preparar o próximo ano", disse Laurência Gemito, recusando qualquer ligação entre o momento de saída e as denúncias que têm sido feitas sobre pressões aos profissionais de saúde para assegurarem a resposta no lar de Reguengos de Monsaraz onde foi detetado um surto de covid-19.

"A pressão é aquela que tem aparecido nas notícias", disse, sublinhando que ao longo dos últimos quatro anos houve "momentos de pressão e momentos mais trabalhosos", e recusando mais comentário sobre o momento atual. "Preciso de sair e tirar férias, que não tenho há quatro anos", acrescentou.

 A saída não será imediata, indicou ainda, explicando que ficará até ser substituída.

Recorde-se depois de ser conhecida a demissão dos responsáveis, foi avançado que na origem da mesma estaria o facto de não concordarem com a mobilização de médicos para o lar de Reguengos de Monsaraz. Possibilidade agora rejeitada por Laurência Gemito.

De realçar que vários médicos do Agrupamento de Saúde (ACES) do Alentejo Central, do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) foram mobilizados para a instituição a pedido da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. Os sindicatos dos médicos consideram a medida ilegal e garantem que os médicos estão a trabalhar horas a mais. Ao i, Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), considera que “em vez de palmas, há maus tratos, falta de respeito e de cumprimento da lei”. E acrescenta que “a situação chegou onde chegou e a responsabilidade é justamente da ARS Alentejo, que em devido tempo não fez os testes e medidas preventivas junto dos utentes e funcionários”.