Vão reabrir as piscinas interiores, salões de beleza e spas em Inglaterra

Dias depois da reabertura, é esperado que o Governo britânico reveja as restrições a viajantes vindos de Portugal, considerado um país de risco.

Ao longo das próximas semanas, o Governo britânico vai reabrir todo o tipo de serviços não essenciais em Inglaterra, desde piscinas a espetáculos ao ar livre, recintos desportivos, ginásios, estúdios de tatuagens, spas, salões de bronzeamento e manicuras – isto apesar de terem sido registadas cerca 14 mil infeções em Inglaterra nas últimas semanas, segundo o Office for National Statistics: é uma ligeira diminuição na taxa de novos casos, mas não assim tanto.

“Não temos provas que está a subir e já não temos nenhumas provas de que está a descer”, explicou Sarah Walker, investigadora da Universidade de Oxford, referindo-se ao número real de novas transmissões. “A frase que uso é ‘está a borbulhar no fundo’”, disse ao Guardian.

No entanto, ainda se está à espera de ver o rescaldo da reabertura dos restaurantes e bares em Inglaterra, este sábado, que causou enormes enchentes em estabelecimentos por todo o país. Aliás, nas ruas de Soho, um dos mais populares bairros noturnos de Londres, até as ruas estavam cheias de gente a beber, com quase ninguém de máscara ou a cumprir os dois metros de distância pedidos pelo Governo. Ou sequer a cumprir a regra de um metro de distância, sugerida para pessoas que usam medidas de mitigação (como cobrir a cara ou sentar-se virados para lados opostos).

Entretanto recomeça o críquete recreativo e reabrem as piscinas e teatros ao ar livre já este sábado, serviços de beleza na segunda-feira (estando proibidas algumas práticas de risco, como tratamentos faciais) e até os centros recreativos, junto com as piscinas e ginásios interiores, no dia 25 de julho.

Dois dias depois, o Reino Unido deverá rever se considera ou não Portugal um país de risco – de momento, os viajantes vindos de Portugal têm de fazer uma quarentena de 14 dias à chegada ao país. Esta decisão utilizou critérios descritos como penalizadores para Portugal, por investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública. “A incidência real da covid-19 por 100 mil habitantes em Portugal aproxima-se de outros países que estão incluídos nos corredores turísticos do Reino Unido e é muito inferior à incidência estimada para o Reino Unido”, concluíram os investigadores Vasco Ricoca Peixoto e Alexandre Abrantes, num estudo publicado esta semana.