Novo Banco diz que venda de imóveis não causaram prejuízos diretos ao Fundo de Resolução

O banco esclarece, no entanto, que vendeu 5.355 imóveis que são compostos por 8.486 frações e não os 13 mil imóveis que são referidos nos media. A instituição financeira garante também que a operação não foi feita a preços de saldo, mas a preços de mercado.

O Novo Banco garante que a venda de imóveis realizada em 2018  "não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital", acrescentando que "mesmo que para a totalidade dos imóveis protegidos até dezembro de 2019, o Banco tinha obtido para o Fundo de Resolução uma mais valia de 10 milhões de Euros que reduzia às perdas noutros créditos".

Esta é a reação da instituição financeira liderada por António Ramalho à notícia do Público que  avançou que banco vendeu 5552 imóveis e 8719 frações a sociedades lisboetas, detidas pela sociedade luxemburguesa, que, por sua vez, pertence ao fundo de investidores anónimos nas ilhas Caimão.

O banco esclarece, no entanto, que vendeu 5.355 imóveis que são compostos por 8.486 frações e não os 13 mil imóveis que são referidos nos media.

"A venda foi anunciada pelo Banco em outubro de 2018 e os seus resultados anunciados ao mercado. Ao contrário do que se pretende foi uma das várias operações realizadas pela Banca portuguesa em 2018 e 2019, aproveitando as boas condições do mercado imobiliário" e que a "operação foi auditada no ano da sua realização, obteve para parte dos imóveis o acordo expresso do Fundo de Resolução e consta das operações que serão revistas no âmbito da auditoria especial em conclusão".

A instituição financeira garante também que a operação não foi feita a preços de saldo, mas a preços de mercado. "Isso mesmo foi debatido com natural elevação com deputada Helena Roseta em reunião da COFMA em março de 2019 e foi objeto de documentação posterior enviada à referia Comissão onde se poderia verificar que o nível de exercício de direitos de preferência era irrisório (cerca de 1%) o que deitava por terra a ideia da “pechincha”", esclarece.

O banco revela ainda que a operação foi realizada segundo os melhores padrões internacionais. Teve 48 interessados, 16 pré selecionados, 7 propostas recebidas e duas propostas em licitação final. "Esta operação foi aliás considerada a segunda melhor operação do ano realizada na península ibérica" e "foi enquadrada por um empréstimo denominado “vendor loan” realizado de acordo com as melhores práticas de mercado, que implicam elevados valores de capitais próprios, sujeito a especiais poderes de crédito de acordo com o Modelo de Governação do Banco e com níveis de segurança e rentabilidade elevados entre os quais a hipoteca dos bens até à amortização da dívida".

Finalmente, esta operação não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital. Refira-se mesmo que para a totalidade dos imóveis protegidos até dezembro de 2019, o Banco tinha obtido para o Fundo de Resolução uma mais valia de 10 milhões de Euros que reduzia às perdas noutros créditos. 

O Novo Banco diz também que se tem mostrado disponível para esclarecer todas as dúvidas existentes, "e que nomeadamente enviou ontem, em antecipação, um conjunto detalhado de informação à Procuradoria Geral de República referente à venda dos referidos imóveis integrados no projeto Viriato e Sertorius".