Reforço de militares no terreno para combater semana preocupante

Cerca de 50 concelhos de vários distritos em risco máximo de incêndio. Fogo de Oleiros ainda se encontra em fase de resolução.

Num dia em que se registou uma pequena descida da temperatura, o risco máximo de incêndio foi declarado ontem em cerca de 50 concelhos dos distritos da Guarda, Bragança, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Faro. E a situação de alerta em Portugal continental devido ao risco de incêndio, anunciada pelo Governo no fim de semana, manteve-se até às 23h59. Mas as autoridades não vão baixar a guarda: entre hoje e sexta-feira, o Exército e a Marinha reforçam o número de operacionais no terreno com mais 144 elementos, totalizando 260 militares para vigiar e prevenir fogos florestais, que têm fustigado o país nos últimos tempos.

“Este reforço, que se prevê estender-se até ao próximo dia 31 de julho, surge no seguimento do pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil ao Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), com o objetivo de incrementar as ações de prevenção um pouco por todo o país”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo EMGFA.

Em Oleiros, distrito de Castelo Branco, por exemplo, o incêndio que deflagrou no sábado e alastrou a Proença-a-Nova e à Sertã – chegou a mobilizar mais de 800 bombeiros – continuou ontem em estado de resolução devido ao risco de reativações, com mais de 600 bombeiros no teatro de operações, depois de ter sido dado como dominado na segunda-feira de manhã.

“O incêndio que teve início na tarde de sábado, a esta hora, está dominado. Ainda assim, todo o efetivo mobilizado está no terreno em trabalhos de consolidação”, disse, na altura, o comandante operacional do Agrupamento Distrital do Centro Sul, Luís Belo Costa, em conferência de imprensa.

 

DGAV apresenta demissão

No que respeita ao incêndio de Santo Tirso – que matou 73 cães e gatos em dois abrigos ilegais, há cerca de uma semana –, o diretor-geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Fernando Bernardo, apresentou ontem a sua demissão. O responsável não especificou o que o motivou a fazê-lo, mas o primeiro-ministro, António Costa, fez recentemente várias críticas à DGAV que terão incentivado a decisão de Fernando Bernardo.

Além disso, António Costa havia admitido que o quadro legal da DGAV poderia vir a ser repensado. “Quanto à orgânica do Estado, não tenho dúvidas de que temos de a repensar porque, obviamente, a DGAV não está feita para cuidar de animais de estimação e manifestamente não tem revelado capacidade ou competência de se ajustar à nova realidade legislativa que temos”, disse o primeiro-ministro no Parlamento. Fernando Bernardo estava no cargo desde 2006.

A morte de dezenas de animais nos abrigos ilegais levou, recorde-se, à abertura de um inquérito interno e a um processo disciplinar contra o veterinário do município. De acordo com o Ministério da Agricultura, os abrigos já tinham sido alvo de várias contraordenações.