Lucro do BPI caiu 68% para 42,6 milhões no 1.º semestre

A instituição financeira revelou ainda que tinha aprovado até final do semestre mais de 73 mil pedidos de moratórias no pagamento de créditos, abrangendo créditos no valor de quase 5,7 mil milhões de euros.

O BPI teve lucros de 42,6 milhões de euros no primeiro semestre, menos 68% do que no mesmo período do ano passado, tendo registado 83 milhões de euros em imparidades, divulgou hoje o banco em comunicado ao mercado.

As imparidades criadas entre janeiro e junho foram de "caráter preventivo", segundo o banco detido pelo grupo espanhol Caixabank, relacionadas com a crise económica desencadeada pela covid-19.

Na atividade em Portugal, o lucro foi de 6,5 milhões de euros, menos 92,6% face a período homólogo. 

Ainda assim, o presidente executivo indigitado do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, classificou hoje os lucros de 42,6 milhões de euros como um resultado bom, dada a conjuntura económica associada à pandemia de covid-19.

"Quando refiro que os resultados são bons, é preciso pôr em contexto que quando esta crise começou, o nível de incerteza era muito grande, e o impacto do mundo onde nós temos taxas de juro negativas, uma enorme pressão nas comissões e um abrandamento da atividade como não tínhamos antes, era expectável que os resultados fossem piores", disse João Pedro Oliveira e Costa na conferência de imprensa de apresentação de resultados do BPI, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O sucessor de Pablo Forero sustentou a sua argumentação com o facto de que "o banco aumenta a margem financeira, os depósitos, o crédito, ou seja, aumenta o volume de negócio, e ganha quota nos negócios principais onde está".

Moratórias

A instituição financeira revelou ainda que tinha aprovado até final do semestre mais de 73 mil pedidos de moratórias no pagamento de créditos, abrangendo créditos no valor de quase 5,7 mil milhões de euros, segundo a informação hoje divulgada pelo banco.

Do total de moratórias, 31,5 mil referem-se a moratórias de crédito à habitação (no valor total de 2,6 mil milhões de euros), 23,8 mil a moratórias de crédito pessoal e financiamento automóvel (no valor total de 373 milhões de euros) e 17,9 mil moratórias de crédito a empresas (no valor de 2,7 mil milhões de euros).