Urgência pediátrica do Hospital de Évora em risco de fechar, alerta Sindicato dos Médicos

Serviço atravessa uma “grave carência de médicos pediatras”.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) alerta que a urgência pediátrica do Hospital Espírito Santo de Évora (HESE) se encontra em “risco de encerrar por falta de médicos", já a partir de dia 01 de setembro. 

No comunicado divulgado pelo SMZS pode ler-se que o serviço atravessa uma “grave carência de médicos pediatras”. De acordo com o sindicato, este hospital dispõe atualmente de 6 pediatras dos quais apenas 3 realizam serviço noturno por questões de idade. Estas condições fazem com que nem “o recurso a trabalho extraordinário” seja “suficiente para assegurar a escala de urgência”. 

Ainda de acordo com o SMZS, esta situação já decorre há alguns anos e apesar de os médicos refletirem a sua preocupação, o HESE e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo deixaram “deteriorar a situação”. O sindicato avança que a administração do Hospital, em vez de procurar soluções, “pressiona os médicos para que preencham as escalas de urgência, mesmo não cumprindo as recomendações mínimas de segurança”. 

Desde o início da pandemia da covid-19 que a administração do HESE determinou que as horas de serviço dos médicos fossem maioritariamente cumpridas em serviço de urgência, pondo em causa a operacionalidade das consultas e dos serviços de internamento.

Esta situação mete em risco o acesso das crianças aos cuidados de saúde, tornando-se especialmente preocupante “o acréscimo de afluência expectável no inverno”. O sindicato alega que, com a diminuição da atenção prestada aos serviços de consultas, “tem-se assistido a um preocupante aumento de patologias graves” e por isso exige ao HESE e ao Ministério da Saúde a adoção de medidas imediatas que “assegurem os cuidados e a segurança das crianças e as condições de trabalho dos médicos”.

O grupo parlamentar do Partido Comunista questionou hoje o Ministério da Saúde acerca da falta de médicos no serviço de Pediatria da HESE e das implicações existentes para a saúde pediátrica de toda a região do Alentejo.
Relativamente a este assunto, a Lusa contactou hoje o HESE, mas ainda não houve qualquer esclarecimento.