Brexit. Biden pede mais respeito para com República da Irlanda

Biden disse que se o Acordo de Sexta-Feira Santa for quebrado, a relação entre os países vai complicar-se.

O candidato à Casa Branca, Joe Biden, fez questão de relembrar que não é apenas no Reino Unido e na Europa que se presta atenção ao Brexit. 

“Não podemos permitir que o Acordo de Sexta-Feira Santa, que trouxe paz à Irlanda do Norte, se torne uma vítima do Brexit”, publicou Biden no seu Twitter. “Qualquer acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido deve estar condicionado ao respeito pelo acordo e evitar o retorno de uma fronteira rígida. Ponto”.

O Acordo de Sexta-Feira Santa ou Acordo de Belfast, local onde foi assinado a 10 de abril de 1998, tinha como finalidade acabar com os conflitos entre nacionalistas e unionistas sobre a questão da união da Irlanda do Norte com a República da Irlanda ou a sua continuação como parte do Reino Unido.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou que após o Brexit, o Governo inglês pode anular unilateralmente disposições do acordo de comércio entre as várias partes do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) com a República da Irlanda, algo que iria “violar a lei internacional”.

A Proposta de Lei do Mercado Interno foi aprovada na generalidade, esta segunda-feira, na Câmara dos Comuns, apesar de dois deputados do Partido Conservador terem votado contra e 30 se terem abstido.

Joe Biden, de ascendência irlandesa, costuma demonstrar interesse por assuntos relacionados com este país. No tweet escrito por Biden podiam ver-se ainda imagens de uma carta, assinada pelos congressistas Eliot Engel, Richard Neal, Bill Keating e Peter King, apelando ao Governo britânico para “abandonar toda e qualquer tentativa legalmente questionável e injusta de contornar o protocolo para a Irlanda do Norte do acordo de saída”, a fim de preservar a paz na província e as boas relações EUA-Reino Unido.

A presidente do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, também já tinha corroborado esta posição e afirmou na quarta-feira que “não há hipótese de um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido passar no Congresso se o Governo britânico violar o tratado internacional que assinou com a União Europeia”.