Segundo li no Público (repescado depois por jornais como o Expresso e o Observador, e por uma revista como a Sábado, pelo menos), já há tempos, o crime realmente compensa, sobretudo se for de corrupção, e envolvendo gente ligada ao Governo.
Estou a falar no caso da deputada do PS Hortense Martins, que depois de aceitar (segundo declarações que li dela, radiante) pagar com o pai, Joaquim Martins (proprietário da empresa Investel, envolvida noutros negócios polémicos com o Estado), mil euros propostos pela procuradora do DCIAP de Coimbra, Alexandra Alves (posteriormente validado o assunto por um juiz), viu arquivado um processo contra si em que recebeu cerca de 277 mil euros dos fundos europeus (apesar de ter de devolver uma parte, por terem sido ultrapassados os devidos prazos). Os factos remontam a 2011 e 2013, falando-se na falsificação de uma assinatura por parte da deputada, que então seria ainda administradora de uma empresa do pai, e estava na Assembleia, como deputada por Castelo Branco, em exclusividade de funções.
Mas a aldrabice já está muito arreigada no entorno desta deputada do PS. Um dos sócios no negócio dos fundos europeus, segundo a imprensa, era uma Associação gerida por António Realinho, já condenado por burla e corrupção. E o seu marido, Luís Coreia, perdeu o mandato como presidente da Câmara de Castelo Branco, por assinar contratos com uma empesa do seu pai.