À descoberta do Centro de Portugal

Pedro Machado convida os leitores a viajar pelo Centro do país, visitando os monumentos classificados pela UNESCO (Batalha, Convento de Cristo, Alcobaça e Universidade de Coimbra) e muito mais.

por Pedro Machado
Presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal

Muitos portugueses redescobriram neste verão a magia única do Centro de Portugal, a maior região do país. Em boa hora o fizeram! Ao procurarem um porto de refúgio onde se sentissem em segurança, aconselhável numa altura conturbada como aquela que vivemos, encontraram um território diverso e fascinante, que os surpreendeu em todos os momentos.

Convido todos os que me leem a partirem à aventura e a seguirem os passos daqueles que nestas semanas se reencontraram com o Centro de Portugal. São viagens por um território ancestral, onde todos nós, ou quase, temos raízes e memórias de infância.

Há de tudo no Centro de Portugal, um território com 100 municípios, onde a diversidade é um trunfo. Quem o visita, descobre sempre algo de novo, que lhe enche a alma e o faz querer voltar. Desde Ovar, Castro Daire, Meda e Figueira de Castelo Rodrigo, no seu limite norte, a Torres Vedras, Torres Novas, Abrantes e Vila Velha de Ródão, no extremo sul, o Centro de Portugal é uma região onde é possível conciliar momentos de refúgio na natureza com a modernidade das cidades, cada vez mais fervilhantes de ideias.

O Centro de Portugal é particularmente rico em parques naturais. A Serra da Estrela, o Tejo Internacional ou as Serras de Aire e Candeeiros merecem visitas aprofundadas, assim como as Berlengas e todas as reservas naturais, paisagens protegidas e outros monumentos naturais da região. Em comum partilham o convite a caminhadas ou passeios de bicicleta no seio da natureza – que, aqui, se encontra em estado puro.

O Centro de Portugal é também um paraíso para quem procura destinos de turismo ativo e desportivo: além das centenas de quilómetros de percursos sinalizados para prática de walking e cycling, aqui encontra-se a melhor costa de surf da Europa, com as míticas ondas gigantes do canhão da Nazaré, os supertubos de Peniche ou a onda direita da Figueira da Foz – e com uma rede diversificada de termas e spas para retemperar depois as energias.

Os dois maiores rios que nascem em Portugal, o Mondego e o Zêzere, correm integralmente nesta região. Os seus percursos em direção à foz, assim como os seus afluentes e outros cursos de água, estão repletos de praias fluviais de água cristalina. Esta é, aliás, a região que tem mais praias fluviais com bandeira azul.

Quem prefere as praias de mar, vai ficar agradavelmente surpreendido com o Centro de Portugal, que oferece quilómetros a perder de vista de águas límpidas e areais imensos, onde não é preciso pedir licença para estender a toalha ou abrir o chapéu. Nestas praias, com intenso cheiro a maresia, o conceito de distanciamento social sempre existiu! E não acreditem em que diz que as águas são geladas… são refrescantes! O mar é o mesmo, mas há muitas diferenças entre as praias da região de Aveiro – como Cortegaça, Furadouro, Torreira, São Jacinto, Costa Nova ou Vagueira – e as de Coimbra, casos da Praia de Mira (a praia da Europa que ostenta bandeira azul há mais anos consecutivos!), Tocha ou Figueira da Foz, ou as de Leiria e Oeste, de que são exemplo Vieira de Leiria, Pedrógão, Nazaré, São Martinho do Porto, Foz do Arelho, Baleal, Areia Branca ou Santa Cruz.

Aqueles que procuram conhecer a História e cultura do nosso país – cada vez mais, felizmente – dispõem de uma abundância de destinos obrigatórios na região. Desde logo, os quatro sítios classificados pela UNESCO como Património da Humanidade (Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo e Universidade de Coimbra, Alta e Sofia). Mas também importantes destinos de turismo religioso (Fátima, Caminhos de Santiago ou turismo judaico, por exemplo). Mosteiros e conventos onde, pelos corredores dos claustros, se respira a História deste país. Castelos fortificados, que se erguem majestosos e contam lendas de conquistas e traições. Ou museus nacionais e temáticos inovadores.

Mas o Centro de Portugal tem muito mais. Aldeias únicas, como as Aldeias Históricas, as Aldeias do Xisto e as Aldeias de Montanha. Grutas, verdadeiras esculturas da natureza, em alas e galerias inesquecíveis escondidas nos mistérios da terra. Caminhos de dinossauros que deixaram as suas pegadas e nos fazem viajar através do tempo.

A tudo isto, acresce um vasto património imaterial, de que são os melhores exemplos os vinhos de excelência das cinco regiões demarcadas que coexistem neste território (Dão, Bairrada, Beira Interior, Tejo e Lisboa), que acompanham num casamento perfeito as tradições gastronómicas que se perdem no tempo, assim como a etnografia de todo um povo, revisitada em animadas festas, feiras e romarias.

Acima de tudo, no Centro de Portugal encontra autenticidade, paz, harmonia, tranquilidade e beleza no seu estado mais puro. Este território é um verdadeiro luxo do século XXI, onde todos dispõem de espaço de sobra para usufruir de tempo de qualidade, retemperador, sem pressas.

Há sempre algo de novo para descobrir no Centro de Portugal. Parta à descoberta de uma região única!