Banco Mundial. Dívida pública dos países mais desfavorecidos aumentou cinco vezes desde 2010

“De acordo com o relatório de Estatística da Dívida Internacional 2021, lançado hoje [segunda-feira] pelo Banco Mundial, a dívida dos 73 países elegíveis para participarem nesta iniciativa subiu 9,5% em 2019, para um recorde de 744 mil milhões de dólares [630 mil milhões de euros], o que demonstra a necessidade urgente de os credores e…

O Banco Mundial alertou esta segunda-feira que a dívida pública dos países mais desfavorecidos e elegíveis para a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) chegou a 744 mil milhões de dólares no ano passado – o que significa que, desde 2010, a dívida quintuplicou.

"De acordo com o relatório de Estatística da Dívida Internacional 2021, lançado hoje [segunda-feira] pelo Banco Mundial, a dívida dos 73 países elegíveis para participarem nesta iniciativa subiu 9,5% em 2019, para um recorde de 744 mil milhões de dólares [630 mil milhões de euros], o que demonstra a necessidade urgente de os credores e devedores colaborarem para afastar o crescente risco de uma crise da dívida soberana desencadeada pela covid-19", lê-se na nota que acompanha o relatório.

Antes da pandemia, "os níveis elevados de dívida pública já eram motivo de alarme, particularmente nos países mais pobres do mundo", salienta-se no documento.

De acordo com os números apresentados no relatório, "os empréstimos dos credores privados foram a componente que cresceu mais depressa, quintuplicando face aos níveis de 2010".

Assim, as obrigações relativamente à dívida contraída junto de credores privados chegou a 102 mil milhões de dólares [86,4 mil milhões de euros] no final do ano passado, ao passo que o volume de dívida dos países elegíveis para a DSSI representou 178 mil milhões de dólares [150 mil milhões de euros], valendo 27% da dívida de longo prazo dos países de baixo rendimento, segundo o relatório.

"A participação do setor privado na obtenção de uma trajetória sustentável da dívida vai ser crítica", comentou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, no relatório, acrescentando que "o risco atual é que demasiados países pobres vão emergir da pandemia com um peso da dívida tão elevado que vai demorar anos para controlar".

Esses países, concluiu, "precisam de garantir uma dívida sustentável para construir recuperações económicas sólidas, e precisam de conseguir um nível muito maior de investimento produtivo e de financiamento para as infraestruturas de saúde e educação e para o emprego".