Lucros da dona do Pingo Doce caem 17,8% para os 219 milhões de euros até setembro

A Jerónimo Martins vai propor à assembleia geral de acionistas pagar mais 86,7 milhões de dividendos.

A Jerónimo Martins, dona da marca de supermercados Pingo Doce, obteve lucros de 219 milhões de euros até setembro de 2020, segundo o comunicado publicado, ontem, na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este número reflete uma quebra de 17,8% nos lucros líquidos do grupo, em comparação com os primeiros nove meses do ano passado. Ainda assim, o grupo alcançou 14 198 mil milhões de euros em vendas, o que representa uma subia de 3,9% face a setembro de 2019.

Perante estas contas, a Jerónimo Martins anunciou que vai propor à assembleia geral extraordinária de acionistas – agendada para novembro – que seja feito o pagamento do remanescente de 86,7 milhões de euros dos dividendos referentes aos resultados consolidados de 2019, e que se encontrava de reserva. Este valor soma-se aos 130,1 milhões de euros de dividendos já pagos em julho.

“No início da pandemia, face à então muito reduzida visibilidade sobre o impacto potencial da crise na atividade do ano, o payout dos resultados de 2019 foi reduzido, dos 50% inicialmente propostos, para 30%. Nesta fase, as nossas Companhias deram provas da sua resiliência e determinação. Assim, atendendo à força do desempenho do Grupo em tempos de adversidade, à luz da posição de caixa que temos no final de Setembro e do nível de flexibilidade financeira que consideramos necessária no futuro, o conselho de administração decidiu propor em assembleia geral extraordinária, a distribuição do montante remanescente para o payout de 50%, em linha com a política de dividendos do grupo”, refere, no comunicado, o presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos.

Em relação ao futuro, Soares dos Santos alerta para a possibilidade de quebras da atividade no próximo Natal, devido à pandemia. “Estou consciente de que a incerteza permanece muito elevada e que o Natal, época tradicionalmente mais forte para o negócio alimentar, poderá estar este ano condicionado pelas restrições à mobilidade e pela falta de confiança e capacidade de compra de um consumidor cada vez mais sensível ao preço, derivado do momento único que se vive a nível mundial”, lê-se na nota.