o guarda-redes brasileiro artur moraes e o médio sérvio martic ladearam fátima lopes no final do desfile, quando a madeirense entrou na passerelle para agradecer as palmas com que a apresentação da colecção terminou.
já durante o desfile, os dois tinham trocado o papel de jogadores de futebol do sport lisboa e benfica pelo de manequins, ao caminharem pela passerelle vestidos com peças que fátima lopes criou para o próximo inverno.
a lisboa, fátima lopes trouxe a colecção de peças “ricas em detalhes”, inspiradas na forma dos diamantes, que desvendou no dia 05 de março em paris, durante a semana da moda da capital francesa.
a criadora madeirense manteve-se fiel ao “estilo gráfico e arquitectural”, recorrendo ao proeto como cor de fundo e a vários tons de azuis, vários ‘degradés’”, que fazem lembrar “os reflexos dos diamantes”.
“a inspiração é o perfume que foi lançado na segunda-feira, o “be mine”, que é um solitário, um anel de diamantes. portanto toda a colecção é inspirada no diamante, na forma do diamante”, disse a criadora na altura à agência lusa.
a 32.ª edição do portugal fashion arrancou na quinta-feira, pela terceira vez consecutiva, em lisboa, com as propostas outono/inverno de fátima lopes, da dupla alvez/gonçalves e cinco jovens criadores.
a dupla alves/gonçalves escolheu a brand gallery, na zona de santos, para apresentar as propostas para o próximo inverno.
o preto foi a cor que dominou as propostas apresentadas pela dupla, que optou por utilizar “tecidos opacos e de aspecto natural, que jogam com outros com texturas e brilhos mais sofisticados e técnicos, numa associação de acabamentos manuais”.
esta colecção, como explicam manuel alves e josé manuel gonçalves, é uma “narrativa onde materializam as obsessões [da dupla] ao nível da forma-rigorosa, ampla e assimétrica, num plano emocional, inserindo sempre neste contexto imagens de uma mulher feminina, vulnerável, instintiva”.
os primeiros desfiles realizaram-se na carpe diem gallery, na rua do século. ali foram apresentadas as colecções de cinco jovens talentos do bloom: susana bettencourt, hugo costa, andreia lexim, estelita mendonça e daniela barros.
também nas coleções destes jovens designers de moda o preto foi a cor dominante. susana bettencourt inspirou-se na “deterioração de objectos”, principalmente no processo de oxidação, de onde retirou as outras cores que pintam as peças: bege, ocre, azul esverdeado e cinza arroxeado.
na quarta colecção desta jovem designer, as malhas jacquard, a que se juntam as malhas racladas, continuam bem presentes.
a colecção de hugo costa teve como ponto de partida “a relação entre a natureza e os espaços urbanos, onde começa um e onde entra a necessidade do outro”. a natureza nota-se nos vários tons de verde utilizados em calças, casacos e camisolas.
já os espaços urbanos vêm-se nas “influências claras do ‘streetwear’ [roupa de rua]”.
já andreia lexim apresentou propostas cuja inspiração partiu das formas geométricas, “tal como um quadro exposto num museu ou galeria”, o que se notava nas pinceladas azuis pintadas em luvas, camisolas e collants pretos. (joão) estelita mendonça juntou à sua colecção para o próximo inverno, que “partiu do conceito de habitat portátil”, os cobertores de papa, “tipicamente portugueses em extinção”.
daniela barros apresentou “vada”, coleção onde surge uma “silhueta feminina forte, sombria e estruturada, onde o corte e a construção assumem o papel fulcral”.
o portugal fashion continua na quinta-feira no porto, onde decorre até domingo no edíficio da alfândega.
lusa/sol