Hospitais do Norte podem ficar sem capacidade de resposta nos cuidados intensivos dentro de cinco dias

Taxa de ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais da Região Norte é agora de 96%. 

A taxa de ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais da Região Norte situa-se por esta altura nos 96%. Quer isto dizer que se os números da covid-19 continuarem a crescer em Portugal, em menos de uma semana pode mesmo deixar de haver capacidade de resposta nestes hospitais, afirma o diretor de Medicina Intensiva do Hospital de São João ao Jornal de Notícias.

“Estamos numa zona que preocupa e, se nada ocorrer, em cinco dias a totalidade das camas de Medicina Intensiva destinada a Covid-19 na ARS Norte ficará esgotada”, disse José Artur Paiva ao mesmo jornal, na edição impressa desta segunda-feira.

Também os equipamentos de ECMO disponíveis no Norte, dispositivo de circulação extracorporal essencial ao tratamento de doentes críticos, estavam praticamente todos ocupados no domingo, 15 de novembro. “Temos atualmente 17 doentes em ECMO, 11 dos quais covid-19. Temos, neste momento, uma vaga disponível”, avançou, na altura, o Centro Hospitalar Universitário de São João à Lusa.

Entre os dias 13 e 14 de novembro, sexta-feira e sábado, o Hospital de S. José, em Lisboa, recebeu cinco doentes dos hospitais de Penafiel, Pedro Hispano, em Matosinhos, de Bragança e de Guimarães, adiantou a agência Lusa.

No total, por todo o país, a média de ocupação das unidades de cuidados intensivos dos hospitais é de 86%. O diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, afirma que o hospital está “quase em esgotamento de recursos”. “Mas não estamos na situação declarada de rutura”, ressalvou, explicando que os hospitais não estão a selecionar doentes por falta de capacidade de resposta.