EUA. Trump aprova transição de poder para administração de Biden

Presidente eleito finalmente terá acesso aos fundos para preparar a sua transição para o poder e o início do seu mandato.

O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu que se iniciassem os protocolos para a transição entre a atual administração e a de Joe Biden, o Presidente eleito, esta segunda-feira à noite. Trump apelou a Emily Murphy, responsável da Administração dos Serviços Gerais dos EUA – um cargo burocrático, sem grande destaque, que foi propulsionado para a ribalta pelo bloqueio –, que abrisse caminho à equipa de Biden, assegurando que a transição “é no “melhor interesse do nosso país”.

“Recomendei a Emily e à sua equipa para fazerem o que tem de ser feito em relação aos protocolos iniciais, e disse à minha equipa para fazer o mesmo”, escreveu Trump no Twitter.

Apesar de Trump ainda não ter admitido a derrota nas eleições e considerar que as hipóteses de reverter os resultados eleitorais “continua forte”, esta atitude irá permitir a Joe Biden começar a preparar o seu mandato presidencial, uma vez que a administração do Presidente-cessante desbloqueou o orçamento destinado ao processo de transição de poder, um total de 6,3 milhões de dólares (5,3 milhões de euros).

A decisão de Donald Trump foi tomada após vários estados cruciais como a Geórgia, a Pensilvânia ou, mais recentemente, o Michigan, terem declarado a vitória de Joe Biden nos últimos dias.

Em causa, também estará a rejeição de um processo judicial no estado de Pensilvânia, por parte da administração de Donald Trump, que pretendia impedir a certificação dos resultados eleitorais que dão a Joe Biden a vitória no estado por mais de 80 mil votos.

Emily Murphy, que se tornou líder da Administração dos Serviços Gerais dos EUA em 2017, por nomeação Donald Trump, afirmou que a decisão para desbloquear este processo não se deveu a pressões da Casa Branca, que foi tomada depois de “desenvolvimentos recentes que envolvem desafios legais e certificações dos resultados eleitorais”, cita a BBC. Contudo, Murphy admite que que foi alvo de “ameaças” e de intimidações.

A responsável da Administração dos Serviços Gerais é responsável por reconhecer o Presidente-eleito, o que, normalmente, acontece horas depois das projeções da comunicação social. No entanto, Murphy recusou-se a assinar o documento que libertava os fundos e recursos necessários para a transição de poderes, recebendo críticas tanto de democratas como de republicanos pela demora.

Impedido de aceder a estes fundos, o Presidente-eleito e a sua vice-presidente, Kamala Harris, viram-se obrigados a pedir doações aos seus apoiantes para financiar a equipa de transição. “Temos de financiá-la nós mesmos e precisamos da sua ajuda”, chegou a escrever nas redes sociais Joe Biden, cuja tomada de posse está agendada para 20 de janeiro.