Os bancos emprestaram 976 milhões de euros para a compra de casa em outubro, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP). Feitas as contas dá mais de 31 milhões de euros por dia só para o crédito à habitação. Trata-se do valor de financiamento mais elevado desde janeiro, ou seja, antes da pandemia.
Em outubro, a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras aumentou 7 pontos base (pb) face a setembro, para 2,07%. A taxa de juro das operações acima de um milhão de euros foi de 1,70% (1,77% em setembro) e a das operações abaixo de um milhão de euros de 2,31% (2,15% em setembro).
Nas novas operações de empréstimos a particulares para habitação, a taxa de juro média desceu 5 pb, para 0,87%, um novo mínimo histórico, pelo terceiro mês consecutivo. Nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média diminuiu para 6,43% e, nos empréstimos para outros fins, aumentou para 3,76%. Em setembro, esta taxas tinham sido de 6,63% e 3,20%, respetivamente.
No total, as famílias pediram à banca cerca de 1523 milhões de euros em outubro para outras finalidades (casa, consumo e outros fins), montante que representa uma ligeira descida face ao valor das novas operações realizadas em setembro (1541 milhões de euros).
Recorde-se que o Banco de Portugal tem vindo a chamar a atenção do setor para limitar a concessão de crédito por parte das instituições financeiras de forma a que as famílias apenas gastem metade do seu rendimento com empréstimos bancários e também que os bancos não assumam riscos excessivos nos novos créditos, garantindo que os clientes tenham capacidade de pagar as dívidas.
Estas limitações surgiram depois de o regulador ter admitido que havia “alguns sinais” de sobrevalorização dos preços do imobiliário, embora limitados. Para já, estas regras são apenas uma recomendação – ainda que os bancos que não as cumpram tenham de se explicar.
