Antevisão 2021: O que vai marcar o ano

Há vários acontecimentos com data marcada para 2021, mas com algumas incertezasnovo aeroporto, montijo,  pelo meio, como o novo aeroporto e a recuperação do turismo.

Turismo – Recuperação lenta

O turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia, mas as perspetivas é que comece a recuperar já em 2021, embora lentamente. A agência de rating DBRS/Morningstar diz que a recuperação vai depender muito da velocidade da vacinação. Mas não só: «Estimamos que o ritmo de recuperação das viagens e turismo em 2021 dependerá da velocidade com que a vacinação em massa será alcançada globalmente, bem como de uma variedade de fatores relacionados com a sazonalidade da demanda turística, a participação do turismo doméstico e internacional, o motivo da viagem e o modo de viagem», alerta.

Já a OCDE relembra que a «elevada incerteza sobre a evolução da pandemia e o elevado peso do turismo no PIB vão emudecer o ritmo da recuperação até haver uma vacina eficaz no terreno», enquanto o Banco de Portugal diz que a recuperação do PIB será gradual e diferenciada entre setores, defendendo que será mais lenta em atividades ligadas ao turismo, cultura e entretenimento.

 

Aeroporto do Montijo – Preparado para arrancar?

Polémicas à parte, a construção do novo aeroporto do Montijo é para avançar. E já este ano. Pelo menos é essa a intenção da ANA Aeroportos. «Estamos preparados para pôr os caterpillars a trabalhar já no mês de abril», disse José Luís Arnaut. A obra, no entender do chairman, é essencial para evitar os constrangimentos sentidos em 2019, com o aumento do fluxo de passageiros nos aeroportos nacionais e a incapacidade ao nível de infraestruturas aeroportuárias para suprir as necessidades. Ainda assim, admitiu que há vários obstáculos por parte das autarquias, mas defendeu que se trata de questões políticas.

Também do lado do Governo há garantias ao revelar que está a ponderar os moldes em que vai responder à avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto. Aliás, o Executivo terá de proceder, em 2021, a uma avaliação ambiental estratégica para a nova infraestrutura, segundo duas propostas de alteração ao Orçamento do Estado para o próximo ano.

Impostos – Alívio ao final do mês

O Governo acenou com um maior alívio fiscal ao final do mês com as alterações das tabelas de IRS. Em causa está uma redução de 2% que varia em função do escalão de rendimento. No Orçamento do Estado, o Governo indicou que essa medida garantirá às famílias portuguesas uma liquidez adicional de 200 milhões de euros ao longo do próximo ano. O patamar mínimo a partir do qual os rendimentos são taxados subirá para 686 euros, acomodando o anunciado aumento do salário mínimo e o reforço extraordinário das pensões mais baixas.

Mas de acordo com as simulações do Ministério das Finanças, um solteiro com um dependente poderá ter um ‘ganho’, por exemplo, de 30,8 euros no conjunto do ano se tiver um salário de 1110 euros.

 

Transportes – Valores mantêm-se

Os preços das portagens nas autoestradas deverão voltar a manter-se em 2021, tendo em conta que a taxa de inflação homóloga, sem habitação, foi negativa em outubro (-0,17%). O mesmo cenário repete-se nos preços dos transportes públicos, cujos valores vão ficar inalterados.

 

Petróleo – Incertezas

Se o preço do petróleo vai subir, manter-se ou descer, não há certezas. Mas para a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), não há dúvidas: «O impacto da pandemia na indústria do petróleo é tremendo e vai sentir-se ainda nos próximos anos». Mas do lado dos consumidores há uma garantia: prepare-se para pagar uma nova taxa de carbono de 0,54 euros na gasolina e de 0,58 euros no gasóleo.