“eu sou inocente, que fique claro”, disse numa entrevista à rtp.
isaltino falou sobre o seu processo, que decorre há dez anos, e sobre a sua condenação a dois anos de prisão efectiva, considerando-se alvo de uma “pressão mediática” e, nos últimos meses, “objecto de terrorismo por alguns órgãos de comunicação social”.
“acredito nas instituições e no prestígio das instituições. o meu processo era nos tribunais que tinha de ser discutido e decidido. acreditei que era possível que, nos tribunais, a questão fosse resolvida. a comunicação social criou um preconceito a meu respeito”, afirmou.
o autarca disse também que se fosse um cidadão “normal” a esta hora estava “inocentado e livre”.
durante estes dez anos, ao todo, a defesa do autarca já apresentou 44 recursos que, segundo disse, não são apresentados para fugir à prisão, mas para se defender e provar a sua inocência.
condenado por fraude fiscal e branqueamento de capitais, isaltino morais recusa qualquer um dos crimes, sublinhando que “todo este processo é um equívoco”.
além disso, acrescentou, a pena de dois anos de prisão efectiva pelos crimes em causa é um caso inédito no país.
“não há nenhum caso em portugal com uma pena destas de dois anos de prisão efectiva num crime primário”, sustentou isaltino morais.
o autarca admitiu ainda que, ao longo dos anos, todo o seu processo tem sido um “desespero” por ter sido condenado “injustamente”.
isaltino morais chegou a ser preso a 29 de setembro de 2011, mas a defesa contestou a decisão por ser “ilegal”, por haver ainda recursos pendentes, e o autarca acabaria por ser libertado 23 horas depois.
“nunca ninguém está preparado psicologicamente para isso [ser preso], mas há a honra e a dignidade e a prisão não nos tira nada disso”, comentou o autarca.
reagindo a especulações sobre os gastos do seu processo, o presidente da câmara de oeiras esclareceu que não tem muito dinheiro e que pediu um empréstimo de 125 mil euros para pagar os honorários dos seus advogados.
isaltino morais foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para ato ilícito e branqueamento de capitais.
posteriormente, por decisão do tribunal da relação, isaltino morais viu a sua pena ser reduzida para dois anos de prisão pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, anulando ainda a pena de perda de mandato.
lusa/ sol