Restaurantes. Quase 60% em situação de insolvência

Dados foram divulgados pela Pro.var que garante que as empresas estão pouco satisfeitas com os apoios.

Duas em cada três empresas não têm como pagar salários e quase 60% estão em situação de insolvência. Os dados alarmantes foram divulgados esta segunda-feira pela Associação Nacional de Restaurantes, a Pro.var, com base num inquérito feito aos empresários do setor.

Mas vamos a números. Os dados revelam ainda que, em 2020, 61,4% das empresas perderam mais de metade da faturação homologa, enquanto um quinto tinha os salários em atraso e dois terços das empresas não conseguiram pagar todas as despesas.

Ainda face ao ano passado, 46,3% das empresas estava em situação de insolvência ou falência.

Este ano, o cenário agrava-se. “Ainda não fez um mês que o País está em confinamento total e o setor da restauração já reflete os piores cenários”, diz Daniel Serra, presidente da Pro.var, em comunicado.

A nota acrescenta que 60% das empresas “não obtiveram apoios, pois segundos os critérios que ainda persistem, não são elegíveis”.

Assim, a Pro.var divulga as consequências do que diz ser falta de apoios: 89,7% das empresas perderam mais de metade da faturação homologa; duas em cada três empresas diz não estar a ter capacidade para pagar salários e 88,5% diz não estar a conseguir pagar todas as despesas.

Além disso, quase 60% (58,2%) estão agora em situação de insolvência ou falência.

“Encerrados e sem apoios e em face destes números, não resta outra opção ao Governo senão criar mecanismos de apoio adicionais que salve as empresas que até ao início de 2020, cumpriram com a sua função, criando postos de trabalho, gerando riqueza e pagando impostos”, defende a associação.

Nesse sentido, a Pro.var pede que sejam reforças as dotações, nas duas medidas – Apoiar.pt e Apoiar Restauração – em toda a linha e sugere ainda que esses apoios premeiem e salvem empresas, “pelo seu esforço e mérito, corrigindo-se desequilíbrios e exclusões, que o APOIAR de 2020 criou, atribuindo-se apoios mais de acordo com as suas perdas”.

Daniel Serra garante ainda: “Todas as empresas do setor da restauração estão insatisfeitas com os apoios e reclamam a aplicação de um Apoiar mais alargado, simples e universal, do tipo “SIMPLEX”, pois feitas as contas, todos perdem e muito e nem uma minoria que cumpre todos os critérios, acaba por ter o apoio devido”.