Saldo da balança em 256 milhões em 2020

Segundo o banco central, “os excedentes observados nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário”.

O saldo conjunto da balança corrente e de capital foi de 256 milhões de euros em 2020, o que compara com o excedente de 2.591 milhões de euros registado em 2019, divulgou o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o banco central, "os excedentes observados nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário".

Em 2020, as exportações de bens e serviços decresceram 20,4% (10,0% nos bens e 37,2% nos serviços) e as importações diminuíram 15,1% (13,3% nos bens e 22,6% nos serviços).

"Neste período, o défice da balança de bens diminuiu 4.100 milhões de euros face ao período homólogo, fixando-se em 12.186 milhões de euros. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 9.242 milhões de euros, para 8.603 milhões de euros", refere o BdP.

Segundo explica, "esta redução foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica viagens e turismo, de 8.150 milhões de euros".

Em dezembro, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos homólogos de 16,1% (decréscimos de 8,1% nos bens e de 29,1% nos serviços) e 7,5% (decréscimos de 7,6% nos bens e de 7,0% nos serviços), respetivamente.

O BdP destaca a redução do saldo das viagens e turismo, em 351 milhões de euros, resultante de decréscimos de 51,0% nos créditos e de 46,5% nos débitos.

Em 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se em 2.095 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 3.034 milhões de euros.

"A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes ", justifica o BdP.

O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 152 milhões de euros, devido sobretudo à evolução das transferências correntes, nomeadamente pelo aumento da contribuição para o orçamento da União Europeia.

Por seu turno, o saldo da balança de capital cresceu 862 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, em resultado, principalmente, de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários.

Até dezembro de 2020, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 780 milhões de euros.

Segundo o BdP, "esta subida deveu-se ao contributo dos bancos portugueses, caracterizado por um aumento de ativos, através do investimento em títulos de dívida emitidos por estados-membros da União Monetária, e por uma redução de passivos, através da diminuição de depósitos de não residentes e de amortizações de empréstimos face ao Banco Europeu de Investimento (BEI)".

Em sentido contrário, acrescenta, verificou-se um aumento de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e do investimento de não residentes em títulos emitidos por empresas portuguesas.

Destacam-se ainda os empréstimos obtidos pelo setor das administrações públicas no âmbito do instrumento SURE.