Alojamento local com quebras de 80% no primeiro trimestree

“Nós estamos a falar de quebras no primeiro trimestre que andam em torno dos 80% e em alguns casos até superior a 90%”, disse esta quarta-feira na Assembleia da República o presidente da ALEP, Eduardo Miranda.

O alojamento local apresentou quebras de faturação de cerca de 80% em Portugal no primeiro trimestre do ano, sendo que os últimos meses da pandemia foram os piores para os empresários, disse esta quarta-feira a associação que representa o setor.

“Nós estamos a falar de quebras no primeiro trimestre que andam em torno dos 80% e em alguns casos até superior a 90%, ou seja, nos centros urbanos por exemplo”, disse o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda.

Numa audiência na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, dedicada às medidas de resposta à pandemia, Eduardo Miranda – por videoconferência – referiu que as novas medidas trouxeram um “balão de oxigénio” para o setor, mas “a terceira vaga tem sido bastante grave, talvez até pior para a maior parte dos empresários”, depois de um ano quase sem faturação.

“Ao contrário do que se pensa, no alojamento local, a maior parte dos operadores não tem alternativas, ou seja, 71% são feitos em casas de férias, em zonas de veraneio, montanha e rurais, não há sequer possibilidade de utilização para outro efeito. E mesmo em Lisboa e no Porto mais de metade não pode migrar, mesmo que quisesse, para o arrendamento”, acrescentou.

O presidente da ALEP afirmou que “o alojamento local tem flexibilidade em reabrir, por isso, poder ter aqui um papel fundamental, nesta primeira fase da retoma para dar resposta, para quando houver pouca procura e assim garantir o posicionamento de Portugal no turismo”, recordando que o setor já representa 40% das dormidas no país.

Sobre as medidas de apoio definidas pelo Governo, Eduardo Miranda considerou que “houve um avanço” e que tem havido muita colaboração com a secretaria de Estado do Turismo, adiantando que as medidas vão permitir a sobrevivência dos operadores no próximo trimestre. “Estas medidas que foram lançadas vão garantir um balão do oxigénio. O APOIAR + Simples ainda não chegou, ainda não houve pagamento, mas os outros têm corrido bem, no pagamento das últimas tranches”, indicou.