Autarquia de Torres Vedras encontra migrantes a viverem em armazéns e antigas pecuárias

Foram levantadas coimas aos proprietários dos espaços espaços sem licença de habitabilidade. 

A presidente Câmara Municipal de Torres Vedras revelou, esta quinta-feira, que foram detetados trabalhadores imigrantes a viver sem condições em armazéns e antigas pecuárias.

Em declarações à agência Lusa, Laura Rodrigues explicou que a autarquia, que tem em curso quatro autos de fiscalização por falta de licença de habitabilidade, encerrou esses espaços e multou os proprietários ou obrigou-os a efetuar obras, nos casos legalizáveis.

“Encontrámos situações de habitações sem licença de habitação, como armazéns e antigas pecuárias", disse a autarca, explicando ainda que, além destes espaços, a autarquia tem ainda conhecimento de “casas alugadas a pessoas migrantes onde existe sobrelotação”. Contudo, Laura Rodrigues diz que a câmara não tem competência para intervir.

“Estas pessoas são muito importantes para a nossa economia, são mão-de-obra necessária, mas é preciso que sejam acolhidas de forma digna e não sejam sujeitas a estas situações”, defendeu.

De acordo com a agência noticiosa, a Câmara de Torres Vedras investiu cerca de 400 mil euros no alojamento de trabalhadores migrantes desde o início da pandemia.

“São situações necessárias para quebrar as cadeiras de transmissão e a Câmara não tem olhado aos gastos”, sublinhou.

Torres Vedras tem 2.500 a 2.600 imigrantes registados, mas "existem mais", que estão em situação irregular. “Os ilegais já não são a maioria e a situação tem melhorado”, considerou.