EUA. Disparos em confrontos entre manifestantes e Proud Boys

Membros do grupo de extrema-direita Proud Boys dispararam contra manifestantes.

Uma manifestação de extrema-direita na cidade de Portland culminou, no domingo, em confrontos violentos depois de membros dos Proud Boys terem disparado contra manifestantes antifascistas, que retaliaram os disparos.

Os jornalistas que estavam no local a fazer cobertura da manifestação partilharam a destruição e violência provocada pelo grupo extremista, mostrando os Proud Boys a disparar armas de fogo em direção a manifestantes e também a lançarem gás pimenta e explosivos.

Segundo Dustin Brandon Ferreira, ativista antifascista de 37 anos, estes confrontos tiveram início depois de um extremista ter insultado um homem negro e disparado vários tiros na sua direção, disse ao site Oregon Live.

Apesar de não terem sido reportadas vítimas mortais nem ferimentos graves, a dimensão dos protestos foi de tal forma que a polícia foi obrigada a intervir e prendeu um homem suspeito de ser por responsável por disparos e bloqueou as estradas onde ocorreram os tiroteios.

O suspeito é Dennis Anderson, um homem de 65 anos, acusado de uso e posse ilegal de arma de fogo. Antes de disparar contra os manifestantes, Anderson terá dito a um jornalista do Oregon Live que “os verdadeiros fascistas” eram os manifestantes de esquerda e os antifas. “Só porque não aconteceram mais detenções na cena do crime quando as tensões estavam altas, não quer dizer que mais ninguém será acusada de novos crimes”, alertou o chefe da polícia Chuck Lovell.

Nos últimos meses, Portland tem sido palco de inúmeros protestos com grupos de extrema-direita e antifas que, na grande maioria dos casos, culminam em violentos confrontos. Estes violentos confrontos estão a colocar pressão no Governo local para travar as manifestações. 

“Os líderes eleitos dos nossos bairros, o nosso estado e o governo federal devem ajudar Portland a lidar com as incursões da extrema direita na nossa cidade, algo recorrente desde o início da presidência de Trump”, disse Eric Ward, diretor executivo da ONG Western States Center, citado pelo Guardian.