O verão em escorregas

Em Peniche, encontramos um dos parques aquáticos mais antigos do país. A funcionar desde 1989, este é um local de passagem para quem quer umas férias com mais adrenalina.

Passar um dia inteiro num parque aquático é sempre diversão garantida. Seja na companhia de amigos ou com a família, uma coisa é certa: estes espaços têm mil e uma atrações que qualquer um pode aproveitar. Entre estruturas circulares, pistas super rápidas, escorregas altíssimos ou até tubos escuros totalmente fechados, as opções são inúmeras e alguns parques são até complementados com outras atividades e serviços para que nada faça falta ao seus visitantes.

Em funcionamento há 32 anos, o Sportagua é talvez o parque aquático mais antigo de Portugal. Foi idealizado em 1986, mas só iniciou atividade em 1989 com o objetivo de trazer a Peniche uma nova realidade de diversão ligada à água. 

«Na época o projeto foi considerado de elevado interesse turístico e pioneiro no país. Foi sempre muito bem recebido a nível local, regional e nacional. A população encarou o projeto como uma mais-valia para o concelho e desde sempre apoiou o parque aquático. Durante os primeiros anos, existiam até romarias para visitar o parque, principalmente nos meses de julho e agosto», conta o diretor do Sportagua, Diogo Marques, ao Nascer do SOL.

Instalado em Peniche, no distrito de Leiria, mesmo à entrada da cidade, numa zona turística de grande beleza natural rodeada de praias, esta localização privilegiada é a grande mais-valia do Sportagua, mas também por ser o parque de diversões aquáticas mais próximo de Lisboa, a cerca de 95 quilómetros de distância, acaba por atrair mais visitantes.

«Desde a abertura que recebemos gente de todo o país, sejam turistas que estão a passar férias nos concelhos próximos, sejam utilizadores que vêm diretamente de suas casas, muitas vezes a centenas de quilómetros, propositadamente para vir ao parque», detalha o responsável.

Ainda que não seja um dos parques de maior dimensão a nível nacional, como aqueles de maior destaque na região do Algarve, o Sportagua diferencia-se pela proximidade com o cliente.

«No Sportagua as pessoas sentem-se confortáveis e especiais, porque tratamos as pessoas por ‘tu’. Depois nos aniversários todo o parque canta os parabéns aos aniversariantes que nos escolhem para passar o dia e temos dançarinos e animadores pensados para o nosso target», detalha Diogo Marques. E acrescenta: «Os visitantes que nos procuram anualmente há mais de 30 anos, trazem agora com eles as novas gerações. Somos um parque que procura criar boas memórias».

Este parque aquático apesar de mais pequeno, comporta 15 pistas distintas, representadas por dois escorregas multipistas, dois escorregas tobogãs e um kamikaze, divididos por duas piscinas, uma especialmente desenhada para crianças e outra para adultos. Além destas, existe ainda uma piscina de utilização livre de maior dimensão, bem como uma nova área de insufláveis. Nas instalações existem ainda balneários e cacifos de apoio aos visitantes, snack-bar, restaurante, bar e uma loja. 

Este ano o Sportagua abriu portas em julho quando o Governo anunciou a reabertura dos parques aquáticos após a situação da crise pandémica ter sido avaliada. Neste ano e no ano passado, grande parte dos parques dos concelhos em risco elevado e muito elevado de contaminação da covid-19 estiveram encerrados ou só abriram já muito tarde durante a época de verão.

«Em 2020 estivemos alguns meses na incerteza, não sabendo se poderíamos abrir e quais as regras para abrir. Felizmente com a criação da APAP – Associação de Parques Aquáticos de Portugal, conseguimos junto da tutela e das entidades de Saúde criar regras para abrirmos em segurança e conseguir ainda salvar a época de 2020.

No ano de 2021 felizmente conseguimos abrir, respeitando todas as regras sanitárias acordadas com a DGS e a lotação de 50% definida em conjunto com o Instituto Português do Desporto e Juventude», explica Diogo Marques, que é também presidente da APAP.

Como era de esperar, a pandemia trouxe muitos desafios ao Sportagua e a todos os parques de diversão aquática, principalmente relacionados com a gestão de pessoas e áreas. 

«Tivemos que dimensionar todo o parque para uma lotação de 50%, dar formação ao staff no que respeita às regras sanitárias e adaptar-nos ao online para gestão de entradas, com a inclusão de venda através do nosso website».

Ao nível da desinfeção de superfícies o trabalho foi mais simples: «Os parques aquáticos têm a mais-valia de trabalharem com águas desinfetadas, com elevados níveis de cloro, o que elimina a possibilidade de propagação de vírus ou bactérias. Neste sentido, todas as superfícies em que a água toca estão automaticamente desinfetadas».

No que diz respeito aos outros espaços, nomeadamente restaurantes, bares, lojas, WCs e balneários, o Sportagua teve que seguir as recomendações de segurança sanitária da Direção-Geral da Saúde, como a obrigatoriedade de utilização de máscara, a desinfeção de mãos, o distanciamento social e a redução da capacidade. 

De acordo com Diogo Marques, no que se refere ao volume de negócios, todos os parques se ressentiram. «Somos uma atividade sazonal, no nosso caso trabalhamos dois a três meses por ano e se não conseguimos ter lotação máxima, temos obrigatoriamente quebras. Em 2020 sentimos alguma quebra de procura». 

O mesmo não se verificou este ano: «Esta época tem sido mais complicado gerir a procura, porque aumentou bastante face a 2020 e não temos conseguido responder a todos os que nos procuram. Sentimos que as pessoas se sentem seguras no nosso parque e como estão famintas de liberdade quando estão connosco sentem que têm esse escape que tanto procuram».

Para fazer face aos obstáculos da pandemia, os parques aquáticos tiveram que arranjar soluções mais criativas para atrair mais visitantes.

«No nosso caso, apostámos mais na comunicação digital e alguma tradicional como colocação de outdoors na zona de Lisboa. Fizemos parcerias regionais com algumas empresas de atração cultural e turística, e também alguma comunicação em televisão», revela o diretor do Sportagua. 

Em termos do próprio recinto, a aposta passou pela renovação do restaurante e loja, além da inclusão de mais animação musical e apresentações de dança com interação do público. No início do mês de agosto o parque promoveu uma iniciativa de concertos ao entardecer com atuações de grandes nomes da música portuguesa, como Aurea, Virgul e Tiago Bettencourt.

Outros parques aquáticos Entre piscinas com ondas, insufláveis no rio, pistas de escorregas ou até montanhas russas, os parques aquáticos são uma opção a considerar para quem quer desfrutar de um ambiente fresco com alguma aventura à mistura.

Vila Real – Naturwaterpark

O Naturwaterpark, situado na Quinta do Barroco,  às portas da cidade de Vila Real, é o primeiro parque totalmente ecológico do país. Além de piscinas e escorregas, conta ainda com parque de campismo e dá aos seus visitantes a possibilidade de passear a cavalo ou de participar  em torneios de mini-golfe.

Amarante – Parque Aquático de Amarante

Pontuado com vários espaços verdes onde estender a toalha e integrado num complexo turístico com mais de 44 mil m2 nas margens do rio Tamega, em Amarante, este é o maior parque aquático de montanha da Península Ibérica. As grandes atrações são os diferentes escorregas e a piscina de ondas.

Vieira do Minho – Water Park Gerês

Este parque aquático pouco convencional fica na praia fluvial do Alqueirão, na albufeira da Caniçada, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês. Aqui não há escorregas, mas também se desliza para o rio Cávado através de circuitos desafiantes em insufláveis que têm de ser escalados.

Marinha Grande – Mariparque

Junto à praia de Vieira de Leiria, na Marinha Grande, está instalado o Mariparque, um parque de diversões temático e aquático que também promove atividades radicais. Aqui os visitantes encontram escorregas, water slides e pistas caracol assim como diversas piscinas exteriores para adultos e crianças.

Alcantarilha – Aqualand Algarve

Situado em Alcantarilha, no Aqualand pode-se deslizar em escorregas gigantes, descer a pique um inclinação de três metros, experimentar fazer surf numa piscina com ondas, descansar em boias gigantes num curso de água de 270 metros ou simplesmente nadar numa piscina semi-olímpica.

Quarteira – Aquashow Park

O AquaShow Park é para muitos o parque aquático mais completo do país – é dos únicos que conta com hotel. Aqui existem montanhas russas, escorregas para quem adora velocidade e para quem não se assusta com as alturas. Há ainda seis pistas para descer agarrado a um tapete e uma piscina de ondas.

*Texto editado por Vítor Rainho