Morreu o compositor grego Mikis Theodorakis

“Hoje perdemos uma parte da alma da Grécia”, disse a ministra da Cultura grega. O compositor tinha 96 anos.

O compositor grego Mikis Theodorakis morreu esta quinta-feira, aos 96 anos. O anúncio foi feito pela ministra da Cultura grega, Lina Mendoni, citada pelo Reuters. “Hoje perdemos uma parte da alma da Grécia. Mikis Theodorakis, Mikis o professor, o intelectual, o radical, o nosso Mikis partiu”, lamentou.

Theodorakis conquistou fama mundial em 1964 ao compor a banda sonora do filme "Zorba, O Grego". Também participou na resistência contra os nazis e lutou contra a ditadura militar.

Era muito reconhecido na Grécia devido à sua música inspiradora e pelo desafio que manteve durante a ditadura que governou o país. No entanto, o mundo conhecia-o pelas suas composições para diversos filmes, entre os quais também "Z" em 1969 e "Serpico" em 1973. Os seus trabalhos vão desde óperas, música coral e canções populares, proporcionando um trilho sonoro que se tornou uma espécie de banda sonora do seu país.

Nascido a 29 de julho de 1925 em Chios, no Mar Egeu, e oriundo de uma família de origem cretense, Mikis Theodorakis é autor de uma obra longa e o mais célebre dos compositores gregos. Com o passar dos anos, tornou-se o símbolo da resistência na Grécia. Juntou-se à resistência contra a ocupação alemã e italiana da Grécia quando tinha 17 anos, durante a Segunda Guerra Mundial.

Quando a ditadura tomou o controlo do governo com um golpe de Estado, em 1967, Theodorakis foi um dos primeiros políticos de esquerda a serem presos e torturados, depois de ser deportado para a ilha prisão de Makronisos. Foi perdoado um ano depois, mas envolveu-se na criação da Frente Patriótica clandestina, o que levou de volta à prisão, além de as suas obras terem sido proibidas pelo regime.

Acabou por ser libertado em 1970 e emigrou para Paris. Quatro anos depois, a ditadura implodiu e Theodorakis voltou para casa, onde teve uma recepção de herói.

Durante a crise financeira que afetou a Grécia há alguns anos, manifestou-se contra as medidas de austeridade impostas pelos credores do país (Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional).