Nobel da Física atribuído por modelos climáticos

Distinção destaca compreensão de sistemas físicos complexos, que permitiram descrever as leis que governam o caos e dar contributos pioneiros na área do clima.

Se hoje há um consenso científico à volta da noção que a humanidade é a causa do aquecimento global, é muito graças ao sino-americano Syukuro Manabe, ao alemão Klaus Hasselmann e ao italiano Giorgio Parisi, que foram galardoados esta terça-feira com o prémio Nobel da Física.  

O óbvio não costumava ser tão óbvio – uma coisa seria prever o clima de um corpo celeste como a Lua, que não tem atmosfera, oceanos, atividade geológica, correntes, ventos ou marés, outra é olhar para Terra. Daí que tenha sido preciso a investigação a sistemas complexos, “caracterizados por aleatoriedade e desordem” de Manabe e Hasselmann, que fizeram o primeiro modelo fiável para as alterações climáticas, descreveu a Academia Sueca de Ciências. A isto soma-se o trabalho de Parisi para descobrir as “regras ocultas” de movimentos de líquidos e gases. 

Metade do prémio de dez milhões de coroas suecas (equivalente a quase um milhão de euros) será dividido entre Manabe e Hasselmann, ficando a outra metade para Parisi. O prémio Nobel da física foi o segundo a ser atribuido esta semana, após o Nobel da Medicina, que foi para David Julius e Ardem Patapoutian, pela descoberta de sensores de temperatura e toque na pele.