FMI. Manutenção de Kristalina Georgieva na liderança tremida

O FMI deverá publicar as últimas perspetivas económicas globais na terça-feira.

A manutenção na liderança do FMI de Kristalina Georgieva está tremida, depois de ter sido acusada de irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório "Doing Business" do Banco Mundial , em que os autores acusam-na de ter pressionado as suas equipas quando era diretora-geral do Banco Mundial para dar à China uma classificação mais favorável.

De acordo com a AFP, mesmo que a direção do FMI renove a confiança em Georgieva, a diretora-geral sairá enfraquecida. 

Recorde-se que a investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois do relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade de fazer negócios, ter-se tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.

A falta de uma decisão lança uma 'sombra' sobre as reuniões do Fundo e do Banco Mundial que começam hoje.

Georgieva deverá falar numa mesa-redonda sobre a reinvenção do local de trabalho para as mulheres, mas é a sua conferência de imprensa na quarta-feira que é agora muito esperada.

O Conselho de Administração do FMI ouviu Georgieva e representantes da firma WilmerHale.

Mas o destino de Kristalina Georgieva, que nega ferozmente as acusações contra ela, está a dividir os membros do FMI.

Por um lado, a Europa e a África querem que Georgieva permaneça. Por outro lado, os Estados Unidos e o Japão estão atualmente relutantes em vê-la continuar no cargo, de acordo com várias fontes próximas do assunto.

O relatório WilmerHale "não detalha elementos específicos que permitiriam à diretora-geral do FMI ser diretamente implicada", disse hoje uma fonte do Ministério das Finanças francês à AFP.

Seis antigos funcionários do Banco Mundial, num comunicado emitido por uma agência de relações públicas, tinham defendido Georgieva recentemente, denominando-a "uma pessoa da mais alta integridade e empenhada no desenvolvimento".

O FMI deverá publicar as últimas perspetivas económicas globais na terça-feira.

Georgieva assumiu a direção do Fundo em 01 de outubro de 2019 para substituir Christine Lagarde, que foi nomeada para o Banco Central Europeu (BCE), e era a única candidata na altura.

O Fundo é tradicionalmente chefiado por um europeu enquanto o Banco Mundial está nas mãos de um americano, atualmente David Malpass.