Membros da família real holandesa podem casar com pessoas do mesmo sexo

Primeiro-ministro esclareceu que membros da realeza podem casar com pessoas do mesmo sexo e mesmo assim não perder o direito ao trono.

A monarquia holandesa anunciou que os membros da família real podem casar-se com pessoas do mesmo sexo sem terem que renunciar aos seus direitos ao trono.

Esta notícia foi avançada pelo primeiro-minsitro, Mark Rutte, esclarecendo as dúvidas do Parlamento depois de ter sido publicado um livro nos Países Baixos com o título Amalia: Duty Calls, um livro sobre a Princesa Amalia, filha do Rei Willem-Alexander e herdeira ao trono de 17 anos. Neste era argumentado que, segundo as leis antigas do país, era impossível um casal do mesmo sexo chegar ao trono dos Países Baixos, apesar do casamento entre pessoas do mesmo sexo ser legal no país.

Apesar de o assunto ter sido levantado pelo Parlamento, não existem sinais de que Amalia ou qualquer outro membro da família real (que se recusaram a tecer comentários) estejam numa relação com alguém do mesmo sexo.

O primeiro-ministro holandês afirmou que os tempos mudaram desde que o casamento homossexual foi legalizado em 2001, ano em que se tornou no primeiro país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, afirmando que não existe qualquer tipo de problema também na família real.

“O Governo acredita que os herdeiros ao trono podem casar-se com uma pessoa do mesmo sexo”, escreveu Rutte numa carta dirigida ao Parlamento. “A administração do país não vê qualquer tipo de necessidade de um herdeiro renunciar à sua posição se ele ou ela quiserem casar com um parceiro do mesmo sexo”, afirmou o primeiro-ministro.

Nos Países Baixos, os casamentos reiais necessitam de ser aprovados pelo Parlamento antes de serem oficializados, algo que já levou diversos membros da família real a abandonar o lugar na linhagem para a sucessão.

Presença LGBTQ+ na realeza Existem diversos casos em que um membro da família real revelou fugir dos padrões da heteronormatividade.

O príncipe indiano, Manvendra Singh Gohil revelou que era homossexual em 2006 e casou-se com o americano DeAndre Richardson, em 2013. Apesar de ter sido um herói para a comunidade LGBTQ+ na Índia, tornando-se um dos ativistas e uma voz na defesa dos direitos humanos, tendo contribuído para a abolição da lei que condenava homossexuais à prisão perpétua, acabou por ser deserdado pela família e repudiado pela comunidade indiana.

No Reino Unido, o Lord Ivar Alexander Michael Mountbatten, primo da Rainha Isabel II, ficou conhecido por ser o primeiro membro da família real britânica a assumir-se homossexual e a protagonizar o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo na realeza inglesa, quando, em 2018, contraiu matrimónio com James Coyle.

Já no seio da família espanhola, a duquesa Luisa Isabel Alvarez de Toledo casou com uma mulher mais jovem, em 2008, quando já estava no leito da morte, tendo cortado os seus filhos da herança para deixar tudo à sua nova esposa.