Crescimento da China abranda com crise na construção e na energia

Abrandamento na recuperação chinesa está relacionado com a falta de abastecimento energético e com as dificuldades do setor imobiliário chinês.

O ritmo de crescimento da economia chinesa abrandou no terceiro trimestre para 4,9%, quando no trimestre anterior tinha registado uma subida de 7,9%, de acordo com os dados do Governo chinês divulgados esta segunda-feira.

Este abrandamento na recuperação chinesa está relacionado com a falta de abastecimento energético e consequente subida de preços e com as dificuldades do setor imobiliário chinês, que ganhou visibilidade internacional com a crise da Evergrande. 

Na comparação com o trimestre anterior, a produção no período entre julho e setembro quase estagnou, expandindo-se apenas 0,2%. Este valor foi inferior ao registado no segundo trimestre, de 1,2%, um dos mais baixos dos últimos dez anos.

O setor da construção, que dá emprego a milhões na China, desacelerou, desde que os reguladores aumentaram o controlo sobre o endividamento das empresas. Uma das maiores construtoras, a Evergrande, atravessa grandes dificuldades para cumprir o pagamento de juros sobre títulos de dívida que ascendem a milhares de milhões de dólares.

Em setembro, os investimentos em imóveis, fábricas, habitação e outros ativos fixos aumentaram 0,17%, depois de terem aumentado 7,3% nos primeiros nove meses. No mês passado, as vendas de automóveis caíram 16,5%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa, que afirmou que a produção foi interrompida pela falta de ‘chips’ de processador.

Já as importações aumentaram 17,6%, em setembro, em relação ao ano anterior, mas isso representou apenas metade do crescimento de 33% registado no mês anterior.