Linhas Vermelhas. Pandemia está com “intensidade moderada” mas dá sinais de crescimento

Portugal está a manter uma baixa pressão nos serviços de saúde, contudo isto poderá sofrer alterações devido ao “agravamento da situação epidemiológica na Europa” e ao “aumento da intensidade epidémica” que está em fase crescente no país. Algarve tem a maior incidência cumulativa de casos e a maioria dos grupos etários está a sentir um aumento…

Linhas Vermelhas. Pandemia está com “intensidade moderada” mas dá sinais de crescimento

A pandemia de covid-19 está atualmente com uma "tendência crescente a nível nacional", assinala o Relatório das Linhas Vermelhas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta sexta-feira. 

Segundo a análise dos "diferentes indicadores", as duas autoridades indicam que Portugal tem uma "atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade moderada", justificando este nível com a reduzida "pressão nos serviços de saúde" e o ligeiro "impacto na mortalidade", e notando, em contrapartida, "uma interrupção da tendência decrescente na mortalidade por Covid-19". 

De acordo com os dados do relatório, "o número de novos casos de infeção pela covid-19, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 138 casos", estando a crescer em todos os territórios do país. Contudo, "nenhuma região apresentou uma incidência superior ao limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes".

Ainda assim, estima-se que este limiar "possa ser ultrapassado em 15 a 30 dias”, apontam as autoridades, uma vez que o RT – índice de transmissibilidade – "apresenta valor igual ou superior a 1, indicando uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,15) e em todas as regiões".

Porém, o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos apenas no território continental "revelou uma tendência estável, correspondendo a 25% (na semana anterior foi de 29%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas".

Ainda assim, o relatório deixa um aviso: "o agravamento da situação epidemiológica na Europa e o aumento da intensidade epidémica em Portugal deve condicionar um aumento do nível de alerta do sistema de saúde para aumentos de procura de cuidados de saúde no próximo mês".

A região na qual a incidência mais cresceu – 38% face à semana passada – foi o Algarve, estando a caminhar para perto do limiar dos 240 casos. Já o Centro, que registou grandes números diários de casos esta semana, está com uma incidência de 208 infeções e teve o segundo maior aumento regional de 36%.

Quanto à incidência cumulativa por grupos etários, a DGS e o INSA verificam também uma "tendência globalmente crescente na maioria" das faixas etárias. “O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (198 casos por 100 000 habitantes)", enquanto o mais estável é o das pessoas com 80 ou mais anos. 

Já no grupo etário das pessoas com 65 ou mais anos também apresenta uma "tendência crescente", com o número de novas infeções por 100 mil habitantes acumulado a 14 dias a ser de "103 casos".

Em relação à mortalidade, as autoridades acreditam que esteja a ocorrer "a interrupção da tendência decrescente que se vinha a observar", uma vez que se contabilizaram "oito óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes". Esta taxa de mortalidade revela, contudo, "um impacto reduzido da pandemia na mortalidade geral".

A variante Delta (B.1.617.2) é a "dominante em todas as regiões", com uma "frequência relativa de 99,7% dos casos avaliados" na semana entre 25 a 31 de outubro, em Portugal.