Latada de Coimbra associada à “subida abrupta” de sublinhagem da variante Delta

O INSA revela que os casos registados da sublinhagem correspondem a pessoas “entre os 18 e os vinte e poucos anos”, que frequentam o ensino superior em Coimbra.

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revelou que a “subida abrupta” de uma sublinhagem da variante Delta do vírus SARS-CoV-2 está associada à festa da Latada de Coimbra, que decorreu entre os dias 22 e 29 de outubro.

De realçar que, segundo o mais recente relatório acerca da diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado esta quinta-feira, até à data, foram detetados 58 casos desta sublinhagem, em cinco regiões, 13 distritos e 42 concelhos. A incidência é maior no Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo.

“Quando pedimos os dados às autoridades de saúde (…) verificámos que, não só as faixas etárias destas pessoas rondavam entre os 18 e os vinte e poucos anos, como eram estudantes universitários em Coimbra”, explicou João Paulo Gomes, investigador do INSA, à agência Lusa.

“Além disso, em termos genéticos, vimos que os vírus eram praticamente todos iguais (…) significa que uma pessoa infetada num mesmo evento passou a infeção a muitas outras pessoas, que depois saíram desse evento e espalharam a infeção”, acrescentou.

Realçando que as datas da colheita para o relatório hoje divulgado foram feitas no início de novembro, João Paulo Gomes frisou que os investigadores associaram, “sem grandes margens para dúvida”, à festa dos estudantes.

“Não há grandes dúvidas de que, de facto, [foram] estudantes académicos em Coimbra, infetados todos mais ou menos na mesma altura, com a mesma sequência genética do vírus e que, de repente, passaram a espalhar [a infeção] por 42 concelhos à volta daquela região”, sublinhou.

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