Portway contesta greve dos trabalhadores dos aeroportos no Natal e Ano Novo

A Portway garante que “não existe qualquer motivo razoável para o STAMA convocar esta greve”, uma vez que “não é verdade” que não esteja a cumprir o Acordo de Empresa, como aquela força sindical pretextou. 

A Portway contestou esta terça-feira a greve de quatro dias convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA), que resultará na paralisação dos aeroportos nacionais no período de Natal e Ano Novo, alegando que esta é "incompreensível, inaceitável e até imoral".

Em comunicado, a Portway garante que "não existe qualquer motivo razoável para o STAMA convocar esta greve", uma vez que "não é verdade" que não esteja a cumprir o Acordo de Empresa, como aquela força sindical pretextou. 

"Quem está a ignorar o estabelecido em matéria de avaliações de desempenho, logo a desrespeitar o Acordo de Empresa, é o STAMA, uma vez que o processo das avaliações de desempenho na Portway ainda decorre, e que as avaliações são passíveis de recurso por parte dos trabalhadores e esse processo de reavaliação não está esgotado", argumenta a empresa.

Na ótica da Portway, os quatro dias de paralisação total no Natal e Ano Novo "vão ter muito mais impactos do que a greve na Groundforce no Verão passado, a 17 e 18 de julho". E lembra: "as greves convocadas na Groundforce foram motivadas pelo não pagamento de salários enquanto na Portway, onde todos os pagamentos foram, até à data, escrupulosamente cumpridos, o STAMA convoca uma greve com muito maior potencial de dano ao setor, ao país e aos passageiros, por discordarem das avaliações de desempenho".

Em 2021, apesar de ser mais um ano de prejuízos para a companhia (previsão de -45% de movimentos face a 2019), a Portway "não recorreu a medidas que penalizassem os rendimentos dos colaboradores, ou seja, não recorreu a lay-off, nem a Apoio à Retoma, nem a outros mecanismos de ajuste do custo com pessoal, mantendo-se o escrupuloso cumprimento de todas as obrigações, sem qualquer atraso no pagamento de salários, atualizações já previstas ou outras remunerações", reitera, defendendo que, "a avançar, esta greve convocada para os dias 22, 23, 29 e 30 de dezembro, é mais uma forte ameaça à sustentabilidade da empresa".

 "A pandemia não terminou e as fortes consequências no setor vão continuar a fazer-se sentir, com a implementação de novas restrições às viagens", recorda a empresa, acrescentando que, "se fosse preciso mais uma razão para que esta greve não fizesse sentido, essa razão seria o risco adicional para a saúde pública que um aeroporto paralisado pode representar, neste cenário de nova vaga devido a uma nova estirpe do SARS-coV-2".
 
Neste sentido, a Portway apela ainda ao bom-senso, tendo em vista "evitar uma greve incompreensível, inaceitável e até imoral, que ameaça paralisar os aeroportos nacionais, impedir as férias e a reunião de milhares de famílias no Natal e Ano Novo e agravar os fortes prejuízos sociais e económicos para o país, com base num argumento que não tem sentido", insiste.