Detido suspeito do assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi

O suspeito saudita, de 33 anos, estava a embarcar num voo com destino a Riade no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, quando foi detido pelas autoridades francesas.

Um dos suspeitos do assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi detido esta terça-feira no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Khalid Aedh al-Otaibi, de 33 anos, e antigo membro da Guarda Real saudita, preparava-se para embarcar num voo para Riade quando foi intercetado pelas autoridades francesas.

De acordo com a AFP, na base da detenção estará um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades turcas, uma vez que al-Otaibi é um dos 26 sauditas acusados pela Turquia por estar envolvido na morte violenta de Khashoggi, a 2 de outubro de 2018, no consulado da Arábia Saudita em Istambul. 

Na versão oficial das autoridades turcas, Khashoggi terá sido estrangulado e posteriormente desmembrado por um grupo de cerca de 15 agentes sauditas que viajaram até Istambul em dois jatos fretados por uma companhia detida pelo regime saudita, numa operação aprovada pelo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.

Esta é a primeira vez que um dos envolvidos na morte do colunista do Washington Post é detido fora da Arábia Saudita. Contudo, segundo a imprensa internacional, al-Otaibi não terá participado diretamente no homicídio do jornalista radicado nos Estados Unidos. Em vez disso, terá ajudado a livrar-se do cadáver, que foi transportado em sacos.

Segundo o The Guardian, nas próximas horas, al-Otaibi será presente a um juiz, que lhe dará a opção de ser extraditado para a Turquia ou de contestar o mandado de detenção e ficar em prisão preventiva em França.

Jamal Khashoggi era um dos maiores críticos do regime saudita e em particular do príncipe Mohammed bin Salman. Após a sua morte, nas semanas que se seguiram, a Arábia Saudita negou ter tido qualquer envolvimento no incidente, tendo depois concedido que a operação foi levada a cabo por agentes, mas “sem qualquer ordem superior” e que o objetivo dos sauditas era persuadir Khashoggi a voltar para o país.

Num relatório tornado público em fevereiro deste ano, a CIA também acusava Mohammed bin Salman de ter aprovado uma operação em Istambul “para capturar e matar” o jornalista.