Centro Hospitalar de Coimbra implanta primeiro “coração artificial”

A cirurgia foi realizada a um homem de 69 anos e decorreu no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos (CCTOT) daquele hospital.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) anunciou esta quinta-feira que tinha implatado o primeiro "coração artificial", o "HeartMate", que constitui uma nova opção para doentes com insuficiência cardíaca terminal e não candidatos a transplatação cardíaca.

A cirurgia foi realizada a um homem de 69 anos e decorreu no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos (CCTOT) daquele hospital.

"Existem outros dispositivos de assistência cardíaca, mas o 'HeartMate', sendo portátil e intracorpóreo, permite ao doente ter uma capacidade funcional e autonomia próximo do normal", referiu o diretor do serviço de CCTOT, David Prieto, citado em nota de imprensa.

"Este dispositivo aspira o sangue do ventrículo esquerdo e injeta-o diretamente na aorta ascendente, o doente apenas tem de recarregar e substituir as baterias que mantêm esta "bomba a funcionar"", explica.

A intervenção foi liderada pelo diretor do serviço em colaboração com Gonçalo Coutinho e Carlos Branco, com o apoio de uma equipa de médicos do Hospital Universitário de Bellvitge, de Barcelona (Espanha).

O CHUC destaca também o trabalho desenvolvido com a Unidade de tratamento de insufiência Cardíaca Avançada (UTICA) do Serviço de Cardiologiado CHUC, liderado pelas médicas Fátima Franco e Susana Costa.

Apesar de o Serviço de CCTOT ser aquele que tem o maior número de transplantes cardíacos em Portugal, nem sempre a "implantação de um coração de um dador é a melhor solução para esta doença tão complexa e debilitante", sublinha.

David Prieto adiantou ainda que no CHUC "são realizados, por ano, cerca de 20 transplantes cardíacos e, enquanto alguns doentes aguardam por um coração compatível, outros poderão agora receber um "coração artificial" e beneficiar desta nova opção terapêutica".