O Presidente da República cessante de Itália, Sergio Mattarella, foi reeleito para um segundo mandato no sábado, depois de os partidos de coligação governamental o terem pressionado a permanecer no cargo para ultrapassar o impasse político no país.
Os partidos aliviados agradeceram a Mattarella, de 80 anos e cujo mandato termina a 3 de fevereiro, por concordar em permanecer, depois das tentativas fracassadas de substituí-lo durante sete rondas de votação, que abriram brechas na estabilidade política italiana.
Na oitava e última ronda de votações, entre os mais de mil eleitores na Câmara dos Deputados, Mattarella conseguiu os 505 votos necessários para a eleição.
Mattarella, que não pretendia continuar no cargo, acabou por aceitar a votação face aos apelos dos líderes parlamentares que o alertaram de que podia estar a colocar em risco a estabilidade política do país.
A eleição do Presidente da República enfrentava um impasse há já uma semana, com os partidos em desacordo quanto a um nome, o que prolongou também a incerteza sobre o futuro do primeiro-ministro, Mario Draghi, e da coligação governante, uma vez que havia a possibilidade de Draghi ser eleito. Assim, teria de abandonar a liderança do seu Governo.
Uma tal escolha poderia ter desencadeado eleições legislativas antecipadas, o que faria “descarrilar” as reformas necessárias à obtenção dos milhares de milhões de euros prometidos a Itália no âmbito do fundo de recuperação da União Europeia. Itália é o maior beneficiário europeu desse programa, estando previsto receber quase 200 mil milhões de euros, desde que cumpra os requisitos de reformas em diversas áreas.