“Má gestão de recursos humanos” está a causar problemas no Hospital de Vila Franca de Xira

Sindicato de Enfermeiros defende o reforço das equipas de obstetrícia e da urgência para evitar que haja serviços que possam “ser desfalcados para dar resposta a outros”.

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) alertou esta sexta-feira para a "escassez e má gestão dos recursos humanos" nos vários serviços de urgência do Hospital de Vila Franca de Xira.

O alerta foi dado durante uma reunião entre o SE e os enfermeiros do Serviço de Urgência do Bloco Operatório do Hospital de Vila Franca de Xira, que decorreu hoje à tarde, depois de 31 enfermeiros desse serviço terem apresentado à administração do hospital uma declaração de escusa de responsabilidade por estarem a ser desviados para outros serviços, como por exemplo para o Urgência Geral e Obstretrícia. 

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, que já tinha denunciado anteriormente esta situação, alertou à agência Lusa para o facto de enfermeiros de outros serviços do hospital poderem também avançar com um pedido de escusa de responsabilidades. “O que os colegas nos transmitem é que a situação poderá, tendencialmente, agravar-se porque neste momento, com o problema da covid, eles estão ainda mais desfalcados. Há outros serviços que se preparam para fazer escusa de responsabilidades”, afirmou. 

O Serviço de Urgência do Bloco Operatório não será o único a avançar com este pedido: também o serviço de urgência de obstetrícia e o serviço de cirurgia irão fazer o mesmo. “No bloco estamos a falar de 44 enfermeiros e na urgência de obstetrícia, que engloba consulta, internamento, estamos a falar de cerca de 30 enfermeiros”, apontou.

Os problemas esticam-se ainda até à urgência de obstetrícia, na qual Pedro Costa deu conta que a falta de profissionais traz como consequência o aumento de partos através de cesariana. “Neste momento cifra-se em 48% o número de cesarianas que existe no hospital. Praticamente metade das parturientes que entram na urgência de obstetrícia para terem os filhos são cesarianas”, apontou.

O SE defende o reforço das equipas de obstetrícia e da urgência para evitar que haja serviços que possam “ser desfalcados para dar resposta a outros”.