Energia. Dependência portuguesa tem vindo a diminuir

Estónia é país menos dependente da energia importada e Portugal está em 11.º lugar, revela a Pordata.

Malta, Chipre e Luxemburgo eram os países da União Europeia mais dependentes das importações em termos energéticos com 90% de energia importada, em 2020. Nesta lista, Portugal ocupa o 11.º lugar com 65% de energia importada, um valor que, apesar de estar acima da média da UE27 (58%) tem vindo a diminuir. “Portugal era dependente das importações de energia em 85%, tendo vindo a reduzir essa dependência”, defende a Pordata numa série de estatísticas sobre energia, no tema ambiente, energia e território que tem como base celebrar o Dia da Europa que se comemorou esta segunda-feira.

Nesse ano, segundo os dados disponíveis, Portugal importou, em petróleo, 3 712 686 toneladas de Espanha (57%), Rússia (15%) e EUA (10%). Em relação ao gás natural, o nosso país importou 5 598 234 milhares de metros cúbicos normais (Nm3) da Nigéria (54%), EUA (19%), Rússia (10%) e Argélia (9%).

Os dados mostram ainda que os 27 da União Europeia diminuíram o consumo de energia primária em 10% em 2020, face a 1990. Feitas as contas, apenas oito dos 27 países aumentaram este consumo, incluindo Portugal: foi o terceiro país da UE que cresceu mais em consumo de energia primária desde 1990 (+29%). “No entanto, desde 2005 que estamos numa trajetória descendente, tendo conseguido superar a meta 2020 a que nos tínhamos proposto: em 2020 consumimos 19,5 milhões de tep [toneladas equivalentes de petróleo] quando a meta era não ultrapassar os 22,5 milhões de tep nesse ano”.

Já no que diz respeito à energia final, a UE diminuiu o consumo em 5% em 2020 face a 1990. Dos 27 países, 11 aumentaram este consumo. Portugal foi o 6.º país que mais aumentou o consumo de energia final (26%), “embora desde 2007 esteja numa trajetória decrescente”. A Pordata diz ainda que o país conseguiu superar a Meta 2020 a que se tinha proposto. Nesse ano, Portugal consumiu 15 milhões de tep quando a meta era não ultrapassar os 17,4 milhões.

Custos Em relação aos custos da eletricidade, anulando a diferença do custo de vida dos vários países da UE27, em 2021, as famílias portuguesas pagavam o 6.º preço mais caro do bloco, enquanto a indústria pagava a 14.º mais elevado.

Para o gás natural, as famílias portuguesas pagavam o 2.º preço mais caro, enquanto a indústria pagava o 18.º mais elevado.

Peso das renováveis Os dados da Pordata mostram ainda que, na União Europeia, as renováveis produziram 41% da energia primária e contribuíram para 22% da energia consumida em 2020. Portugal foi o 3.º país que mais produziu energia renovável no total da energia produzida (98%). E foi o 5.º país da UE que mais consumiu energias renováveis no total do consumo final de energia (34%). “Neste último indicador, parte das metas 2020, Portugal atingiu e até ultrapassou a meta proposta (31%)”. 

E acrescenta que, no conjunto dos países europeus, a Alemanha é o país que mais contribui para a produção de energia primária através das fontes renováveis (um quinto da energia do total da UE27).