Presidente do Sri Lanka impedido de sair do país por funcionários do aeroporto

Os trabalhadores do aeroporto de Colombo, segundo diz agência de notícias France-Presse, recusaram o acesso à sala VIP para que o chefe de Estado carimbasse o passaporte, querendo assim evitar o terminal aberto ao público, com medo da reação da população. 

Presidente do Sri Lanka impedido de sair do país por funcionários do aeroporto

Gotabaya Rajapaksa, Presidente do Sri Lanka, foi esta terça-feira impedido de deixar o país por funcionários da imigração, no aeroporto da capital. 

Os trabalhadores do aeroporto de Colombo, segundo diz agência de notícias France-Presse, recusaram o acesso à sala VIP para que o chefe de Estado carimbasse o passaporte, querendo assim evitar o terminal aberto ao público, com medo da reação da população. 

Rajapaksa e a mulher passaram a noite numa base militar perto do aeroporto internacional, depois de terem perdido quatro voos para os Emirados Árabes Unidos.

Também Basil, o seu irmão mais novo, que se demitiu do cargo de ministro das Finanças em abril, perdeu o voo para o Dubai após um episódio semelhante com a imigração. "Alguns outros passageiros protestaram contra o embarque de Basil", disse um funcionário do aeroporto à mesma agência de notícias. "Era uma situação tensa, por isso [Basil] deixou o aeroporto à pressa." Basil, que também tem cidadania norte-americana, teve de pedir um novo passaporte, depois de ter deixado o seu antigo no palácio presidencial, na sequência da invasão de milhares de manifestantes ao edifício. 

Rajapaksa ainda não se demitiu, o que prometeu fazer hoje para permitir uma "transição pacífica de poder". O gabinete do Presidente não está a divulgar informações sobre o paradeiro do ainda chefe de Estado.

Caso se venha mesmo a demitir, Ranil Wickremesinghe, o primeiro-ministro, será automaticamente nomeado Presidente do Sri Lanka até que o parlamento eleja um deputado para exercer o poder até ao final do atual mandato (novembro de 2024). A população, porém, não o vê com bons olhos, estando também a ser contestado por manifestantes acampados fora do palácio presidencial.