Turismo impulsiona aumento de 45% da faturação dos negócios

Faturação estrangeira já se encontra 25% acima dos valores registados em 2019.

Os negócios em Portugal fecharam os primeiros seis meses deste ano com um crescimento acumulado de faturação proveniente de cartões de 45% face ao ano passado. Os dados são da Reduniq que diz que esta subida “é em parte justificada pelo facto do primeiro trimestre de 2021 ter sido marcado por um confinamento obrigatório, atividades letivas suspensas e teletrabalho obrigatório”.

Ainda assim, acrescenta “o segundo trimestre apresentou valores de crescimento significativos de 40% face ao período homólogo, graças à recuperação das atividades turística”.

E acrescenta que, devido à retoma turística, registou-se também uma melhoria na faturação proveniente de cartões estrangeiros, “que em junho já estava 40% acima dos valores alcançado em 2019 – que terá sido um dos melhores anos para o turismo em Portugal, em que foram recebidos cerca de 27 milhões de turistas – e que, paralelamente, e desde abril, representa já mais de 20% da faturação total dos negócios (valores próximos dos observados no pré-pandemia)”.

Mas também a faturação de cartões nacionais continuou a evoluir, face a 2021, “evidenciando uma normalização do comportamento de consumo dos portugueses”.

“Com o regresso dos turistas e retoma das atividades associadas ao turismo, existe uma grande expectativa em relação aos resultados dos setores ligados ao turismo – hotelaria, restauração, etc. – e do seu impacto positivo na economia nacional. Depois do INE anunciar que as receitas do turismo ultrapassaram os valores de 2019, os dados da Reduniq vêm agora comprovar essa tendência, que acreditamos poder trazer resultados bastante interessantes aquando de uma análise mais fina da faturação obtida durante o berão”, diz Tiago Oom, diretor comercial da UNICRE.

E acrescenta: “Após um fortíssimo e inevitável impacto económico, bem como, consequentemente, uma crise de consumo sentida a nível mundial, por causa da COVID-19, começamos a recuperar e até a ultrapassar os valores alcançados em 2019. O turismo, que foi um dos principais setores impactados, voltou a impulsionar a nossa economia com o regresso de turistas de países como os Estados Unidos (peso de 11% em 2022 vs. 8% em 2019) e da Irlanda (9%) – que entra no top 5 das nacionalidades, retirando a Espanha da lista de países com maior peso no consumo em Portugal. Apesar de uma perda de 6%, um natural efeito do BREXIT, o Reino Unido continua a ser a origem mais relevante dos turistas que visitam Portugal (16% do total).”

Consolidando a realidade observada no final de 2021, os números do primeiro semestre de 2022 reforçam o regresso dos consumidores aos centros comerciais, que já superaram as vendas de 2019 (inclusive face a 2021 verifica-se um aumento de 2% do peso da moda, categoria muito associada ao consumo em centros comerciais), e o regresso ao lazer (aumento de 3% do peso da restauração). “Consequência desta normalização de consumo é também a quebra de 7% do peso da categoria de Hiper&Super, que apresentou uma importância significativa no cabaz de consumo dos portugueses durante a pandemia”.

A inflação é também uma realidade que impactou neste último semestre o nível de consumo dos portugueses. Prova disso é o aumento do valor médio por transação, que arrancou em janeiro em 31 euros, e passando para 34 euros em junho. Além disso, comparando com 2021, desde março deste ano que esse mesmo valor está acima, com destaque para o mês de abril que registou uma variação homóloga de 3%.