As 71 maiores empresas da zona euro defendem que o crescimento da atividade económica se mantém. Mas existem diferenças entre os vários setores. Esta é uma das principais conclusões de um recente inquérito do Banco Central Europeu (BCE).
Segundo os dados obtidos entre 20 e 29 do mês passado, as empresas assinalam que «apesar dos sinais de enfraquecimento da procura em alguns setores, a atividade global tem sido mais resiliente nos últimos meses do que muitos tinham previsto dada a incerteza criada pela guerra na Ucrânia e o aumento da inflação». E revelam que a recuperação foi «particularmente forte» nos setores que mais beneficiaram da flexibilização das restrições adotadas durante a pandemia.
Um dos setores que melhor recuperou foi o turismo ao ter conseguido com que as reservas para os períodos do verão e primavera tenham atingido ou até ultrapassado os níveis pré-pandémicos. Estes sinais positivos também se verificaram no setor do vestuário e outros artigos pessoais, cuja recuperação está a acontecer.
Mas há outros setores que não têm tantos motivos para sorrir. Os produtores e retalhistas de alimentos alertam que estão a ser consumidos mais alimentos em casa e menos fora de casa devido ao constante crescimento da inflação. Além disso, os consumidores estão a escolher produtos mais baratos.
A procura dos consumidores tem caído ainda nos bens domésticos e também no setor da construção. A quebra neste último é praticamente dedicada ao setor residencial e muito justificada com a subida das taxas de juro que, se na altura do estudo ainda não seria certo, agora já é oficial (ver texto ao lado).
As empresas alertam ainda que existe pressão para aumento de salários.
Atividade contrai-se
Ainda esta sexta-feira, soube-se que a atividade da zona euro contraiu-se no mês de julho, sendo a primeira vez que acontece desde o confinamento do início do ano passado.
Esta conclusão foi anunciada pela S&P Global, que integra o IHS Markit, e diz que o índice PMI (Purchasing Managers’ Index) de atividade da zona euro atingiu 49,4 pontos este mês, contra os 52 pontos em maio e abaixo dos 50 que separam o crescimento da contração.
As preocupações com a fraca procura foram acentuadas por preocupações «com a energia, oferta e inflação», o que levou a que as expectativas comerciais ficassem em baixo, causando «uma forte redução nas compras de inputs e um recuo nas contratações».
Mais IMI e menos impostos
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) defendeu que há «margem significativa» para que os impostos sobre a habitação se tornem mais eficientes, equitativos e geradores de receita, lê-se no relatório Housing Taxation in OECD Countries.
«Ainda que os impostos sobre a habitação tenham um papel importante nos países da OCDE, há margem significativa para melhorar a sua eficiência, equidade e potencial de receita», defende o documento.